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Fundação Estadual do Meio Ambiente - FEAM

Fórum de Meio Ambiente alerta para a necessidade do uso de energias renováveis

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O evento contou com a participação de representantes de diversas instituições da sociedade e do governo, além de estudantes ligados à área de meio ambiente. O primeiro dia de debates enfocou iniciativas que incorporam o desenvolvimento sustentável ao planejamento energético.

Na abertura do evento, a Presidente da Fundação Estadual de Meio Ambiente (Feam), Zuleika Torquetti, frisou a importância da substituição do uso de energia fóssil por fontes renováveis. “Esse evento foi pensado dentro do desenvolvimento do Plano Estadual de Energia e Mudanças e, nesse contexto, o uso de energias renováveis deve ser uma preocupação de toda a sociedade. Hoje já enfrentamos problemas sérios relacionados ao risco energético, devido à falta de chuvas, o que desperta nossa preocupação para a necessidade do uso de outras fontes de energia como a solar e a eólica, dentro da matriz energética mineira”, disse.

Ainda de acordo com a Presidente, esse encontro de especialistas ligados ao tema é uma importante oportunidade para discutir uma reavaliação da matriz energética no estado de Minas Gerais. “Discutir energia renovável, geração distribuída, cidades sustentáveis e novas tecnologias para o suo dessas fontes é discutir qualidade de vida e como queremos o mundo hoje e para as novas gerações”, frisou.

Foto: Ascom/Sisema
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Alceu Torres fala dos desafios ambientais da atualidade


O primeiro dia de debates enfocou iniciativas que incorporam o desenvolvimento sustentável ao planejamento energético. O Diretor da Subsecretaria de Investimentos Estratégicos da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sede), Bernardo Ramos Bahia, apresentou os desafios para o setor de aviação, com o objetivo de encontrar maneiras de reduzir a contribuição do setor na emissão de gases de efeito estufa, principalmente por meio da substituição de combustíveis fósseis por biocombustíveis, especificamente pelo bioquerosene.

O Diretor de Meio Ambiente do Sindicato da Indústria de Fabricação do Álcool de Minas Gerais (Siamig), Jadir Silva Oliveira, mostrou a importância da cana-de-açúcar na produção de energia limpa e renovável. “A cana representa hoje o principal produto na produção de biomassa”, disse. Jadir Silva frisou, também, que Minas Gerais é o estado que mais consome etanol no Brasil. “Temos oportunidade e expectativas muito boas com relação à cana-de-açúcar”, falou.

A oportunidade de aproveitamento da energia do oceano e de rios, por meio da energia de marés e ondas, foi apresentada pela Pesquisadora Brasileira ligada à Carddiff University do Reino Unido, Luciana Bassi Pires. Ela apresentou as tecnologias já existentes no mundo para a produção de energia das ondas, das correntes de marés, das lagoas de marés e das barragens de marés. “Essa é uma fonte 100% previsível de energia renovável e espera-se que chegue logo ao Brasil”, frisou.

Finalizando as discussões da parte da manhã, foi apresentada pela Diretora da Ir Consultores Associados, Ivonice Campos, a Carta de Belo Horizonte declarada em 1994 e que instituiu o Fórum permanente de energias renováveis. A Diretora falou dos avanços alcançados desde lá e das propostas para a apresentação da Carta de Belo Horizonte em 2014.

Painel Mudanças Climáticas

Na parte da tarde as discussões tiveram como temas ‘Mudanças Climáticas’ e ‘Potencial de Energia Renovável’, com destaque para os cenários mineiro e brasileiro. Também foi apresentado o estágio atual de desenvolvimento do Plano Estadual de Energia e Mudanças Climáticas. O Consultor da Enviroconsult, Alexandre Florentin, apresentou o acordo de Cooperação entre o Governo de Minas, a região de Nord-Pas de Calais e a Agência Francesa do Meio Ambiente e Controle da Energia (Ademe). O acordo trabalha com quatro eixos de cooperação e, dentre eles a questão da  energia e o combate às mudanças climáticas.

A cooperação objetiva, principalmente, reforçar o desenvolvimento e a implementação de políticas públicas nas áreas de energia e do clima no Brasil e na França para o combate à mudança climática global, promovendo a eficiência energética, o uso de energias renováveis e o apoio ao surgimento de uma economia de baixo carbono.

O Plano Estadual de energia e Mudanças Climáticas (PEMC) foi apresentado pelo Gerente de Energia e Mudanças Climáticas da Feam, Felipe Nunes. De acordo com ele, o Plano visa traçar diretrizes pra mitigação e adaptação às mudanças climáticas no Estado, além de se constituir-se como uma política pública transversal e uma ferramenta de planejamento setorial e territorial. “Temos trabalhado na Cooperação Internacional, conhecendo realidades diferentes, mas com um objetivo global”, disse.

O Plano foi concebido para ser elaborado em 18 meses, passando pelas etapas de Diagnóstico (Estudos Técnicos), Cenários (Projeções), Processo Participativo e a publicação do Plano, prevista para o final de 2014.

O Deputado Estadual Célio Moreira apresentou o Projeto de Lei sobre a Política Estadual de Mudanças Climáticas em tramitação na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). De acordo com ele, o Projeto, encaminhado pelo poder executivo para análise da assembleia já passou por discussões e contribuições da sociedade civil e, agora, segue para apreciação da Comissão Financeira e Orçamentária. “Essa política trará grandes avanços institucionais, técnicos e ambientais para o desenvolvimento socioambiental do estado de Minas Gerais”, ressaltou o Deputado. Segundo o Deputado, espera-se que até o final do ano ele seja apresentado ao Plenário da Assembleia para posterior encaminhamento ao governador.

O I Fórum Mineiro de Energia Renovável é organizado pela Feam em parceria com as secretarias de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), Desenvolvimento Econômico (Sede) e de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Sectes). O evento conta ainda com a participação do Instituto de Desenvolvimento Integrado de Minas Gerais (Indi), da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG) e da Sociedade Mineira de Engenheiros (SME).

Energia Renovável – Dando continuidade aos trabalhos do primeiro dia do Fórum, no painel “Potencial de Energia renovável”, o Engenheiro Químico da Gerência de Alternativas Energéticas da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), Cláudio Homero Silva, apresentou as alternativas energéticas existentes em Minas Gerais, no Brasil e no mundo. De acordo com ele, o petróleo, o gás natural e seus derivados apresentam a maior participação da demanda total de energia no Estado. Desse total, 58,4% são utilizados no setor de transportes; 31,6% no industrial; 5,1% no residencial; 4,5% no agropecuário e 0,3% nos setores comercial e público.

“No período de 1978 a 2011, a demanda por energia no estado cresceu a uma taxa média de 2,5% ao ano”, disse o engenheiro. Cláudio Homero falou, também, dos desafios de planejamento futuro, principalmente com relação às alternativas energéticas como a eólica, a solar e a de biomassa.

A atuação da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), empresa pública vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), com relação ao tema Energia e Tecnologias Limpas, foi apresentada pelo analista de Projetos da Finep, Sérgio Telles. De acordo com ele, a Finep atua em toda a cadeia de inovação, com foco em ações estratégicas, estruturantes e de impacto para o desenvolvimento sustentável do Brasil. O objetivo da financiadora é promover o desenvolvimento econômico e social do Brasil, por meio do fomento público à ciência, tecnologia e inovação em empresas, universidades, institutos tecnológicos e outras instituições públicas e privadas.

A Finep pode financiar projetos relacionados a obras civis/instalações, equipamentos (nacionais e importados), softwares (nacionais ou importados), matérias primas, equipe própria, treinamentos, serviços de consultoria e de terceiros, viagens/diárias, dentre outros. O analista de projetos apresentou a linha de ação pioneira da financiadora tais como as novas tecnologias de geração de energia renovável, incluindo energia de marés e geotérmicas; o desenvolvimento de novas tecnologias para baterias e capacitores e para aero geradores, que atualmente são importados; o desenvolvimento de aero geradores de potência superior a 3MW, bem como geradores para geração distribuída; a implantação de um parque solar fotovoltaico, de até 30MW; a implantação de um parque heliotérmico, de até 30MW; a implantação de um modelo de negócios de geração distribuída, de até 30MW; o desenvolvimento da cadeia produtiva para energia solar e o desenvolvimento de equipamentos ainda não produzidos no Brasil para redes elétricas inteligentes (medidores inteligentes, transformadores inteligentes, sensores, sistema de comunicação, etc).

A energia eólica no contexto mundial e as perspectivas para o Brasil foram apresentadas pelo Diretor Técnico da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica), Sandro Yamamoto. Os dados apresentados pelo Diretor Técnico mostram que o Brasil ocupa a 13ª colocação mundial em produção de energia eólica, com perspectivas em ocupar a 10ª colocação em 2014. De acordo com Yamamoto, essa tecnologia tem apresentado um grande desenvolvimento na matriz energética brasileira, devido à realização de leilões de energia realizados pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), sendo atualmente a segunda fonte mais contratada na história dos leilões a partir de 2013.


Ascom/Sisema
Milene Duque

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