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Fundação Estadual do Meio Ambiente - FEAM

Mostra de filmes e documentários encerra 7ª edição da ExpoCatadores

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No último dia do evento da ExpoCatadores 2016, nessa quarta-feira (30/11), cerca de 1.200 catadores de materiais recicláveis assistiram a exibição de documentários e filmes. Após três dias de evento, os participantes puderam trocar experiências, apresentarem produtos em feiras e trocar conhecimentos no Centro Mineiro de Referência em Resíduos (CMRR). 
 
Pela primeira vez o encontro é realizado fora de São Paulo. A 7ª Edição da Expo Catadores acontece no Centro Mineiro de Referência em Resíduos (CMRR), que a partir de agora terá sua gestão compartilhada entre a Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam), a Secretaria de Estado de Trabalho e Desenvolvimento Social (Sedese) e o Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis. O Termo de Cooperação Compartilhada do CMRR foi assinado na abertura do evento na última segunda-feira (28/11).

 

O documentário “Somos Todos Catadores”, um projeto de extensão da Universidade Federal Fluminense (UFF) com produção de Tiago Quintes e supervisão da professora Érica Almeida, tratou de uma narrativa sobre a extinção de um lixão na cidade de Campos, no Rio de Janeiro e a mobilização de catadores e da comunidade universitária, além da sociedade civil.

 

A obra relata a luta dos catadores, bem como a esperança de voltarem ao trabalho e pode tirar o sustento dele, garantindo uma vida digna. Com base na Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), que recomenda a criação de cooperativas ou associações eles criaram uma associação de catadores chamada Catasol.

 

Em seguida a cineasta Tania Quaresma foi homenageada pela produção do longa metragem “Catadores de História” que recebeu três prêmios no Festival de Brasília: o de melhor filme da mostra, o de melhor fotografia e de melhor trilha sonora. Tânia enfatizou “que o seu maior objetivo é tornar visível o universo dos catadores e a importância de serem reconhecidos”. Durante o evento foi entregue um troféu à cineasta como parte das comemorações dos 15 anos do MNCR.

 

A história do filme é contada a partir do lixão estrutural de Brasília, maior lixão a céu aberto da América Latina e que fica a alguns quilômetros do Palácio do Planalto. A trama relata a luta dos catadores que, em condições sub-humanas, assolados por doenças e a luta deles pela sobrevivência. Apesar das dificuldades e entraves na organização e nas políticas públicas o filme mostra os trabalhadores como exemplo de cooperação, dignidade e cidadania.

 

Os catadores e catadoras também realizaram intervenções culturais e desfile de moda reciclada. Alguns líderes do movimento falaram da necessidade da educação ambiental, da ampliação da coleta seletiva, além da valorização do catador de material reciclável como agente ambiental, entre outros. Alexandre Cardoso, organizador do evento, fez algumas considerações sobre o movimento, como ampliação da consciência crítica e capacitação dessas e de outras comunidades. Alexandre ressaltou que “é preciso fazer o debate sobre a gestão de resíduos e eliminar a exploração”.

 

O representante da Cooperativa da Produção e Comercialização de Economia Solidária (COOPERSOL) de Venda Nova, Ernesto Souza, contou que “esse é um evento que serve para melhorar a nossa vida, nos fortalecemos e aprendemos coisas novas”. O trabalho da COOPERSOL é com material seco, plástico e papel. Eles recebem o material no galpão, fazem a repesagem e o controle para devolver para a Superintendência de Limpeza Urbana (SLU) de Belo Horizonte. Nesse caso recebem de acordo com o que produzem. Segundo ele, o galpão recebe em média 40 toneladas por mês. Fazem parte da Rede Sol, além da COOPERSOL, mais dois galpões que recolhem em torno de 340 toneladas mês, o que corresponde a 5% desse tipo de material recolhido em Belo Horizonte, com 53 cooperados.

Ao final do evento, Alexandre Cardoso convidou os presentes para participarem do show à noite no CMRR com a participação de Chico César e outras atrações.

 

A escolha da Capital mineira para sediar a 7ª edição da feira e a comemoração dos 15 anos de existência do MNCR aconteceu devido à importância histórica, o pioneirismo em ações de organização social dos moradores de rua, além do processo de organização do MNCR.

 

Pela manhã, cerca de 1.200 catadores realizaram uma marcha em defesa do meio ambiente, saindo do Parque Municipal Américo Renné Giannetti, Centro de Belo Horizonte, até o CMRR.

 

Ângela Almeida
Ascom/Sisema

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