“Lacre do Bem” e Ambientação entregam mais uma cadeira de rodas

Notícia

Criado: Seg, 26 set 2016 20:08 | Atualizado: Ter, 12 nov 2024 23:05


A parceria entre o Programa Ambientação e a campanha “Lacre do Bem” não para de render bons frutos. Na quarta-feira da semana passada, dia 21, mais uma cadeira de rodas foi entregue graças a essa união de sucesso, que conta também com a colaboração dos funcionários da Cidade Administrativa de Minas Gerais (Camg).

O Programa Ambientação recolhe os lacres de latas de alumínio, que são depositados pelos funcionários da Camg e visitantes nos coletores espalhados pela sede do Governo do Estado, e também os que são doados por outras pessoas ao Ambientação. Os lacres recolhidos são entregues à estudante Julia Macedo, criadora da Campanha “Lacre do Bem”.

Os lacres são vendidos e o dinheiro é revertido na compra de cadeiras de rodas, que são doadas para instituições e pessoas com necessidades especiais. Julia tem apenas 12 anos e é a idealizadora da campanha “Lacre do Bem”. Em 2014, a estudante foi ganhadora do “Prêmio Bom Exemplo”, na categoria Cidadania.

 

Dessa vez, a beneficiada foi Fernanda Leocádia Ramos. A cadeira foi entregue pelos gestores do Programa Ambientação, Ana Karla Santos e Gabriel Rocha e pela mãe da Julia, Ivete de Macedo. Essa foi a quarta cadeira doada pela parceria entre o Ambientação e o “Lacre do Bem”.

Fernanda tem 32 anos e trabalha vendendo panos de prato em um sinal de trânsito na região da Savassi, zona Sul da capital mineira, e a doação foi feita no próprio local de trabalho da beneficiada.

 

Crédito: Janice Drumond

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A 4ª cadeira de rodas foi entregue para Fernanda Ramos, que trabalha vendendo panos de prato

 

Segundo Fernanda, a nova cadeira vai lhe possibilitar sair mais de casa. “Agora vou poder passear. A minha cadeira estava muito ruim e ficava muito difícil sair de casa com ela, já que onde moro tem muitos morros e alguns buracos, o que dificultava minha locomoção com uma cadeira que estava bastante estragada”, disse.

 

A gestora do Programa Ambientação, Ana Karla, conta que a adesão à campanha tem sido muito positiva. “A gente se surpreendeu com a quantidade de lacres que começaram a chegar desde o lançamento da parceria, que aconteceu em maio do ano passado”, conclui.

 

Crédito: Janice Drumond

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Gestores do Programa Ambientação e a mãe de Júlia, Ivete Macedo, fizeram a entrega da cadeira

 

De acordo com dados da campanha é necessário um total de 140 garrafas PET de dois litros para adquirir uma cadeira de rodas, ou seja, cerca de 390 mil lacres.

 

Ambientação

 

O Ambientação é um programa de comunicação e educação socioambiental, criado em 2003, que visa promover a sensibilização para a mudança de comportamento e a internalização de atitudes ecologicamente corretas no cotidiano dos funcionários públicos em Minas Gerais.

O Programa é coordenado pela Fundação Estadual de Meio Ambiente (Feam), por intermédio da Comissão Gestora Ambientação, atuando nas linhas de ação “Consumo Consciente” e “Gestão de Resíduos”. Nelas são desenvolvidas campanhas e ações que contribuem para melhorar a qualidade de vida com ações simples em um esforço coletivo.

 

Para o desenvolvimento de campanhas de sensibilização e mobilização para as linhas de ação, o programa conta ainda com o mascote Bileco.

 

O principal objetivo do programa é promover a mudança de hábitos e atitudes dos servidores públicos estaduais, por meio da promoção do consumo consciente para a redução do consumo de água, energia, papel e plástico, além da coleta seletiva. Essas ações combatem o desperdício e contribuem para a economia dos recursos naturais e financeiros.

 

Além disso, sua vertente social é expressa na mobilização e doação de materiais recicláveis para as associações e cooperativas de catadores, contribuindo para o aumento de renda e resgate da cidadania desses importantes agentes ambientais, ainda em grande vulnerabilidade social em nosso país.

 

O Ambientação incentiva a apropriação do conceito dos “5 Rs” - Repensar, Recusar, Reduzir, Reaproveitar e Reciclar - por meio das linhas de ação “Consumo Consciente” e “gestão de Resíduos”.

 

O objetivo da linha Consumo Consciente é sensibilizar os servidores para a responsabilidade quanto ao uso correto dos bens e serviços da Administração Pública, possibilitando a economia de recursos naturais, redução de desperdícios e o reaproveitamento de materiais. Além disso, a orientação é a de dar preferência, no momento das compras, aos produtos com diferenciais ecológicos, seja na sua constituição (reciclável), seja em seu processo produtivo (menor consumo de energia, quantidade de matéria-prima e geração de resíduos).

 

A segunda, Gestão de Resíduos, possibilita destinar adequadamente os resíduos das Instituições, aumentar a vida útil dos aterros sanitários e contribuir para a geração de trabalho e renda das associações de catadores de materiais recicláveis, que recebem os materiais das Instituições por meio de doações.

 

Atualmente existem 94 instituições com o programa implantado em 50 prédios públicos, contemplando aproximadamente 30 mil servidores.

 

Ao longo desses anos, o programa foi reconhecido pela sua atuação e agraciado com as seguintes premiações:

 

- Prêmio Excelência em Gestão Pública (2005),
- Prêmio Ambiental Ponto Terra Minas (2006),
- Prêmio Ford de Conservação Ambiental (2006)
- Prêmio Hugo Werneck de Sustentabilidade e Amor à Natureza (2011).

Lacre do Bem

 

A campanha foi idealizada pela menina Julia Macedo quando tinha apenas 9 anos. A iniciativa consiste em arrecadar lacres de latinhas de alumínio e, com a venda deste para a reciclagem, adquirir cadeiras de rodas que serão doadas para pessoas, creches e outras instituições que cuidam de crianças com paralisia cerebral ou mobilidade reduzida.

 

Julia, que agora está com 12 anos, teve a iniciativa de criar a campanha em junho de 2013, depois de receber um agradecimento de uma creche que cuida de crianças com paralisia cerebral, após uma doação que sua família fez à instituição.

“Quando Julia recebeu esse agradecimento, que foi em forma de bonequinhos de papel (origami), despertou nela a vontade de ajudar mais um pouco a creche”. Conta a sua mãe Ivete.

 

No início, sua ideia consistia apenas em recolher lacres das latinhas que encontrasse pelo caminho. No início foi muito difícil, já que juntar tantos lacres não é tarefa simples para tão pouca gente. Mas a Julia tinha determinação: fazia bilhetinhos todos os dias e entregava na escola pedindo às pessoas que colaborassem recolhendo lacres. Foi assim que ela chamou a atenção de colegas, professores, amigos e parentes.

 

Depois de dois meses juntando lacres, Julia tinha apenas menos da metade de uma garrafa PET de 2 litros. Sua mãe então mostrou à filha a quantidade de lacres que ela havia conseguido recolher, no intuito de fazê-la desistir. Mas ela, com os olhos brilhando, disse: “Que tanto!”. “Eu olhava a parte vazia da garrafa, e ela a parte cheia, essa forma positiva de ver as coisas foi uma lição muito grande para todos nós e o grande motivo para continuarmos”, conclui sua mãe.

 

Julia, incansável, não desistiu. Foi à escola e pediu ajuda à diretora, que aceitou o desafio na hora. Foram espalhados cartazes por toda instituição e com bilhetinhos foram enviados para todas as famílias. A partir dessa iniciativa, as doações começaram a acontecer e não pararam mais.

 

Com a repercussão do movimento, o jornal Estado de Minas publicou a história da pequena Julia. Depois foi a vez da TV Alterosa, na Série Mineiros de Ouro.

 

Em 2014, Júlia ganhou o prêmio Bom Exemplo Cidadania, promovido pela Rede Globo Minas em parceria com a Fundação Dom Cabral, a Fiemg e o jornal O Tempo. Isso serviu para alavancar ainda mais a campanha, que ganhou proporções inesperadas.

Outros prêmios recebidos por Júlia:

 

- Prêmio Gentileza Urbana, promovido pelo Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB-MG)

- Medalha Valores da Liberdade no 8 º no Festival Internacional Andando de Bem com a Vida

- Moção de Aplausos da Câmara Municipal de Curvelo

- Manifestação de Aplausos, da Assembleia Legislativa de Minas Gerais

- Moção de Aplausos da Câmara Municipal de Belo Horizonte.

 

Janice Drumond
Ascom/Sisema