Estudos de caso encerram Ciclo de Palestras sobre áreas degradadas

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Criado: Sex, 21 nov 2008 16:20 | Atualizado: Ter, 12 nov 2024 23:05


Métodos para o enriquecimento florestal e estudos de casos de recuperação foram apresentados e discutidos durante toda a tarde desta quinta-feira, dia 20, na sede do Sistema Estadual de Meio Ambiente (Sisema), no evento ‘Ciclo de Palestras sobre Gestão de Áreas Degradadas'. O objetivo do encontro, que reuniu cerca de 100 pessoas, foi agregar conhecimentos ao delineamento de políticas públicas sobre a gestão dessas áreas.

Abrindo a programação da tarde, o doutor em engenharia ambiental e coordenador do Centro de Referência De Recuperação de Áreas Degradadas do Alto São Francisco, Antônio Cláudio Davide, ministrou um palestra sobre as bases conceituais para a elaboração de planos de recuperação de áreas degradas e apresentou os resultados de algumas experiências realizadas pelo Centro nas bacias dos rios das Velhas, Pará e Indaiá.

Segundo Davide, as teorias sobre a recuperação de áreas degradadas apresentam a integração entre os benefícios ecológios, econômicos e sociais como um bom caminho para a restauração. O professor apresentou os conceitos de remuneração por serviços ambientais e certificação de produtos agropecuários como estratégias práticas para a adesão dos produtores rurais, baseadas na possibilidade de retorno financeiro.

Davide destacou ainda a importância do debate multidisciplinar e do intercâmbio de experiências para o desenvolvimento de ferramentas adequadas para a gestão dessas áreas. "A recuperação é como uma orquestra. Cada um sabe um pouquinho e todos têm que trabalhar juntos para dar certo. O objetivo do Centro de Referência é exatamente ser um local não-físico para a troca de idéias, para que possamos propor modelos a serem reproduzidos em larga escala nessas regiões", explicou.

Recuperação na Bacia do Rio Doce

Na palestra que encerrou o evento, o engenheiro agrônomo Danilo Rocha, da Diretoria de Desenvolvimento e Conservação Florestal do Instituto Estadual de Florestas (IEF), apresentou as ações do Projeto de Recuperação Florestal das Áreas Degradadas na Região do Médio Rio Doce, desenvolvido pelo Instituto em áreas rurais degradadas por pastagens.

As atividades do projeto, realizadas em sua maioria na região de Governador Valadares, têm o objetivo de restaurar a biodiversidade local, através da revegetação e da conscientização dos próprios produtores rurais, que disponibilizam as terras para a recuperação. O projeto realiza ainda a capacitação técnica das comunidades para a produção de mudas, em parceria com o Instituto Terra.

Na opinião de Rocha, a mobilização tem sido fundamental para o crescimento do projeto. "Nós procuramos o produtor interessado em plantar e recuperar sua terra. O IEF entra com a capacitação e os insumos, mas é ele que oferece a área e a mão-de-obra. Com isso, promovemos também a geração de renda de forma sustentável para o produtor, que acaba se tornando um parceiro do Estado na manutenção e na fiscalização", destacou.

Segundo Rocha, as regiões do médio e alto Rio Doce estão entre as mais degradadas do mundo, devido a um processo de mais de 50 anos de impactos negativos causados pela predominância da bovinocultura, aliada à realização de queimadas em larga escala e outras intervenções. Como resultado, a erosão do solo e o assoreamento dos cursos d'água se tornaram constantes, levando a uma grande redução do teor de matéria orgânica no solo e a um alto índice de degradação.

Ascom / Sisema