Cerca de 94% das 402,951 milhões de toneladas geradas em Minas Gerais são relativas a dez tipos de resíduos. O resíduo proveniente da extração de minério de ferro é o mais gerado, representando 34,6% do total. Os dados fazem parte do Inventário de Resíduos Sólidos Industriais de Minas Gerais elaborado pela Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam) e disponível desde o último dia 19 no site da instituição.
O Inventário contemplou 854 empresas distribuídas em 26 tipologias de acordo com a Deliberação Normativa do Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam) 74/2004. 95% do total dos resíduos são gerados em apenas 34 das 854 empresas inventariadas, concentrando-se na área de abrangência da Superintendência de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Região Central (Supram Central), com 53%, seguida pela Supram Triângulo Mineiro, com 23%.
A distribuição das empresas por tipologia e Supram permitiu a identificação das vocações de cada região do Estado. Na Zona da Mata destaca-se a indústria de madeira e imobiliária, têxtil e de minerais não-metálicos; no Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba, a indústria de produtos químicos, destilação de álcool e extração de minerais não-metálicos; no Norte, a indústria metalúrgica de metais ferrosos e metais não ferrosos e indústria têxtil; no Leste, a lavra a céu aberto, siderurgia com redução de minerais, metalurgia e produtos químicos; no Noroeste, lavra a céu aberto e destilação de álcool; no Jequitinhonha, lavra a céu aberto, indústria de minerais não- metálicos, siderurgia, metalurgia e indústria de vestuário, calçados e artefatos de tecidos em couro; e, no Sul, lavra a céu aberto e indústria e extração de minerais não-Metálicos.
Nas Regiões Central e Alto São Francisco, destaca-se a alta diversidade industrial. Na Região Central há a atividade de lavra a céu aberto, indústria de produtos minerais não-metálicos, siderurgia com redução de minério, metalurgia e indústria de vestuário, calçados e artefatos de couro, com alta diversidade de empresas. No Alto São Francisco há atividade da indústria de produtos, minerais não-metálicos, vestuário, calçados e artefatos em tecidos em couro e indústria siderúrgica e metalúrgica, também com grande diversidade de empresas.
De acordo com a gerente de Gestão de Resíduos Sólidos Industriais da Feam, Eleonora Deschamps, o Inventário é instrumento básico do processo de gestão que permite acompanhar não só a movimentação dos resíduos, mas também sua geração e seu manejo. “O inventário de resíduos rastreia toda a vida útil dos materiais remanescentes de aquisição ou geração até a etapa de disposição final”, esclarece.
A gerente informa que atualmente a maioria dos resíduos tem destinação interna, nas próprias empresas, e aponta que quase 80% do total dos resíduos estão sendo depositados em pilhas e cavas dentro dos empreendimentos, seguido por 15,1% depositados em barragens.
“Os resíduos gerados podem ser reutilizados, recuperados ou reciclados para uso na própria indústria ou externamente, de forma a reintegrá-los ao ciclo econômico, reduzindo a quantidade de resíduos enviada para tratamento e disposição final, conduzindo em última instância à preservação de recursos naturais”, explica Eleonora. “Esgotadas as possibilidades de reaproveitamento dos resíduos, deve-se buscar o tratamento como forma de reduzir seu volume e/ou sua toxicidade. A última etapa na hierarquia da gestão é a disposição final dos resíduos de forma a não impactar o meio ambiente e não expor o ser humano a riscos indesejáveis”, completa.
A expectativa da gerente é que em 2009, com a entrada em vigor da Deliberação Normativa 117/2007, que dispõe sobre a declaração de informações sobre as diversas fases de gerenciamento de resíduos sólidos da mineração, as empresas apresentem dados mais específicos e precisos sobre os resíduos gerados.
Ascom Sisema
Feam divulga Inventário Estadual de Resíduos Sólidos Industriais - FEAM
Feam divulga Inventário Estadual de Resíduos Sólidos Industriais
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Criado: Ter, 23 dez 2008 15:35 | Atualizado: Ter, 12 nov 2024 23:05