Segundo o cientista do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), Luis Salazar, as mudanças climáticas representam um elemento a ser considerado na formulação de estratégias e ações para a conservação da biodiversidade. Para o pesquisador, os efeitos devem ser considerados na determinação das áreas a serem protegidas e no planejamento de gestão.
Luis Salazar apresentou projeções de cenários climáticos regionais na América do Sul, que, segundo ele, ainda é uma região pouco estudada. Análises do INPE indicam que a região nordeste do Brasil é a mais vulnerável e que as mudanças mais intensas para o Século 21 vão acontecer na região tropical, especificamente na Amazônia.
Nos cenários apresentados pelo estudo para o período de 2090-2099, alguns indicaram mudanças na distribuição dos biomas na América do Sul com substituição de florestas por Savanas. Outra projeção aponta impactos da mudança climática na biodiversidade da floresta tropical na Amazônia. Segundo o estudo, cerca de 43% de 69 espécies de angiospermas, grupo de plantas com flores, podem desaparecer até 2095.
Um estudo sobre as possíveis alterações e vulnerabilidade da vegetação diante das mudanças climáticas no Estado do Rio de Janeiro foi apresentado pelo cientista como exemplo de direcionamento de políticas públicas. "É necessário verificar onde existem fragilidades e trabalhar políticas públicas para a conservação desses biomas", frisou Salazar.
O pesquisador citou como exemplo de políticas públicas para conservação da biodiversidade, o plantio agrícola consorciado às florestas e a criação e direcionamento de linhas de pesquisas de inventários de recursos naturais em áreas pouco estudadas. Salazar defendeu ainda a elaboração de estratégias de geração de renda e melhoria da qualidade de vida nas áreas de entorno de unidades de conservação, aumentando a eficácia na proteção.
23/04/2008
Fonte:
Sala de Imprensa
2º Congresso Mineiro de Biodiversidade