Conselho definirá ações para conservação da Serra de São José

Notícia

Criado: Sex, 10 ago 2007 10:12 | Atualizado: Ter, 27 ago 2024 17:34


A região abriga três unidades de conservação administradas pelo Instituto Estadual de Florestas (IEF): a Área de Proteção Ambiental (APA) Serra de São José, o Refúgio Estadual de Vida Silvestre Libélulas da Serra de São José e a Área de Proteção Especial Serra São José. Juntas somam 4.758 hectares de áreas protegidas.

Os 41 conselheiros terão a missão de discutir os problemas e demandas socioambientais da área de preservação e do seu entorno buscando promover o desenvolvimento sustentável da comunidade local.

A solenidade acontecerá às 19 horas no auditório da sede da APA São José e do Refúgio Estadual da Vida Silvestre Libélulas da Serra de São José, na rua Antônio Cândido da Silva, s/nº, bairro Pinheiro Chagas, no município de Prados.

Conselho

A criação do Conselho Consultivo é estabelecida pelo Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC) para a implantação de uma gestão integrada e compartilhada entre os órgãos ambientais das esferas federal, estadual e municipal responsáveis pela gestão das unidades de conservação visando contribuir para o planejamento de ações, manutenção e gerenciamento da unidade.

Também fazem parte do Conselho, representantes das prefeituras dos municípios onde estão inseridas as unidades de conservação (Tiradentes, Santa Cruz de Minas, São João Del Rei, Coronel Xavier Chaves e Prados), representantes do setor produtivo, associações comunitárias, órgãos do Governo Estadual e Federal, organizações não governamentais e comunidade científica e acadêmica. A presidência é exercida pelo IEF, responsável pela administração da unidade.

Os esforços pela preservação da Serra de São José começaram em 1981 quando a área foi decretada como uma Área de Proteção Especial (APE), fundamentada especialmente na proteção dos mananciais e do patrimônio histórico e paisagístico. Em 1990, foi criada a Área de Proteção Ambiental (APA) São José e, em 2004, o Refúgio Estadual de Vida Silvestre Libélulas da Serra de São José.

Em maio de 2007, o Decreto Estadual nº 44.518 reconheceu o mosaico de unidades de conservação da Serra, reunindo as diferentes categorias de áreas protegidas existentes na região. O mosaico da Serra de São José é o primeiro do gênero em Minas Gerais e possibilita uma visão global das áreas permitindo uma conservação mais eficaz. A APA está inserida na Reserva da Biosfera da Mata Atlântica, reconhecida pelo Programa Homem e Biosfera (MAB) da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).

A preservação da Serra de São José é vital para o abastecimento de água da região. A Serra foi muito explorada e castigada nos séculos 18 e 19, no início da ocupação de Tiradentes (então Arraial de Santo Antônio do Rio das Mortes) e da extração do ouro na região. Quando o mineral se esgotou e a exploração da Serra diminuiu e a vegetação conseguiu regenerar-se parcialmente. Hoje, no entanto, ainda sofre com as queimadas, os desmatamentos para ampliação de pastagem e a expansão urbana.

Biodiversidade

A serra de São José está situada na microrregião dos Campos das Vertentes do Estado de Minas Gerais. Em toda sua face sul, ao longo dos contrafortes da serra de São José, estende-se um dos maiores fragmentos remanescentes da mata atlântica em toda a região. Na face norte, descendo das áreas de maior altitude, têm-se as matas de galeria que chegam até o cerrado Entre os biomas, na porção de maior altitude, está o campo rupestre.

A grande variedade de ambientes num espaço tão pequeno torna essa região um local muito especial no que tange aos aspectos biológicos. Estima-se que a região abriga cerca de 120 espécies de libélulas o que representa quase 50% de todas as espécies conhecidas em Minas Gerais e cerca de 18% das espécies encontradas no Brasil. Também podem ser encontradas na serra cerca de 240 espécies de aves, 80 de orquídeas e, pelo menos, nove espécies de mamíferos ameaçados de extinção.

10/08/2007
Fonte: Ascom/Sisema