Direcionado para professores da rede de ensino público municipal, o curso faz parte do plano de educação ambiental que objetiva envolver a comunidade da bacia do rio das Velhas no que se refere às intervenções de saneamento propostas pelo poder público, procurando gerar ações pró-ativas da sociedade rumo à Meta 2010.
Ministrado pela coordenadora da Meta 2010, Myriam Mousinho, pelo coordenador do Grupo de Gestão Mobilização e Educação do Projeto Manuelzão, Marcus Vinicius Polignano, e pela educadora ambiental da Copasa, Ana Mansoldo, o curso realizado na sede do Sistema Estadual de Meio Ambiente (Sisema), teve como objetivo envolver os professores a partir da reflexão sobre a situação nas bacias, seja do ponto de vista ambiental, econômico e social, propiciando estímulo para revisão de hábitos e posturas.
O envolvimento da sociedade e a geração de um efeito multiplicador foram apontados por Myriam Mousinho como importantes motivações para o desenvolvimento da ação. “É importante que as pessoas entendam que fazem parte da bacia, internalizem esse conhecimento e que os professores o transmitam para os alunos”, afirmou. Myriam alertou ainda para a importância de levar informações ambientais aos órgãos municipais.
A oportunidade de ter contato com as ações desenvolvidas pelo Governo estadual foi bem recebida pelos professores. “Essas atitudes são importantes para o poder público estreitar os laços com a sociedade”, opinou José Augusto, professor da Escola Municipal Geraldo Teixeira da Costa. A professora Zélia Romualdo, da Escola Municipal Padre Flávio Giammetta, também demonstrou sua satisfação em participar das atividades. “O conhecimento adquirido aqui será repassado aos alunos, que repassarão às suas famílias e à sociedade”, relatou.
Envolvimento com a bacia
O coordenador do Projeto Manuelzão, Marcus Vinicius Polignano, alertou que as bacias hidrográficas não respeitam os limites dos municípios e a revitalização da bacia do rio das Velhas só será possível com o envolvimento e a mudança de comportamento de quem vive em seu território de abrangência. Segundo ele, 4,8 milhões de pessoas dependem da bacia do rio das Velhas e, para o sucesso do projeto, é necessário o envolvimento de toda a sociedade. “Não é uma obra de governo. É uma obra de sociedade, um compromisso ético de futuro e de vida”, afirmou.
Polignano explicou ainda que a degradação da bacia do rio das Velhas é resultado da exploração econômica que envolveu toda a história de desenvolvimento econômico de Minas Gerais. Para ele, a revitalização da bacia é um desafio diante do atual modelo de desenvolvimento social e econômico.
A responsabilidade individual foi apontada pela representante da Copasa, Ana Mansoldo, como fator fundamental para as ações ambientais. “A bacia hidrográfica é formada por sistemas e ciclos. É necessário ter responsabilidade com as relações de interdependência que a compõem”, concluiu.