Evento aconteceu durante a reunião da URC Zona da Mata
Incentivar boas práticas no tratamento de efluentes sanitários gerados em propriedades rurais para aumentar a sustentabilidade no campo. Esse foi o objetivo da segunda edição de 2020 do Diálogos com o Sisema, evento realizado nessa quarta-feira (21/10) durante a 141ª Reunião Ordinária da Unidade Regional Colegiada (URC) Zona da Mata do Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam). Com o formato virtual em razão da pandemia de Covid-19, o evento alcançou a segunda região de Minas em 2020 com uma apresentação sobre as melhores iniciativas para melhorar o saneamento do meio rural. Essa edição contou com duas apresentações, sendo uma contextualização do cenário ligado ao tema do evento e depois a apresentação de exemplos do que é possível fazer para tratar os efluentes domésticos gerados dentro de uma residência rural.
O Diálogos com o Sisema é um evento realizado pela Subsecretaria de Gestão Ambiental e Saneamento da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), que busca dialogar com os cidadãos e debater sobre os temas mais relevantes em cada região de Minas Gerais. A regionalização leva em consideração as regiões representadas por cada uma das nove Superintendências Regionais de Meio Ambiente (Suprams) do Estado. O evento tem o apoio direto das Suprams e, no caso da Zona da Mata, contou com a participação de mais de 70 pessoas de maneira simultânea.
O superintendente da Supram Zona da Mata, Leonardo Sorbliny Schuchter, que presidiu a reunião da URC, destacou que o tema escolhido é muito importante para a região, composta por muitas propriedades rurais de portes pequeno e médio, que precisam de orientação para desenvolver as melhores práticas em termos de saneamento. Nesse contexto, a analista ambiental da Semad, Rosa Carolina Amaral, da Diretoria de Abastecimento de Água e Esgotamento Sanitário, iniciou as apresentações dando um panorama de qual é a situação do saneamento no meio rural no Brasil.
Ela apresentou as principais dificuldades para a chegada do saneamento no campo, como a dispersão geográfica, a falta de recursos financeiros e de pessoal para viabilizar boas medidas, além da ausência de estratégias que incentivem a participação social dessa população. Em seguida, ela mostrou que o uso das chamadas fossas rudimentares nas propriedades rurais pode levar a uma série de problemas, como a contaminação da água e do solo, mas também o esvaziamento feito sem cuidados, o extravasamento nas chuvas, entre outras questões.
A analista da Semad apresentou as principais estratégias desenvolvidas pela Secretaria neste momento para melhorar o saneamento no campo, com destaque para a elaboração do Plano Estadual de Saneamento Básico (Pesb) e para o questionário do i-sanear encaminhado para todos os 853 municípios mineiros. O objetivo dessa ferramenta é obter um diagnóstico para traçar as melhores políticas públicas para melhorar a situação no campo, visando a universalização dos serviços de saneamento: água, esgoto, disposição de resíduos e drenagem.
O tema saneamento básico passou a ser uma atribuição da Semad a partir da reforma administrativa que ocorreu na estrutura da pasta ambiental em dezembro de 2019. Desde então, a Secretaria vem se organizando para atender todas as demandas prioritárias dessa agenda. A analista da Semad encerrou sua apresentação mostrando que uma das diretrizes para melhorar a oferta e a qualidade do saneamento no campo é priorizar serviços de fácil manejo pela população.
Nesse sentido, a apresentação que ocorreu em seguida foi do gerente administrativo do Centro de Educação Ambiental do Povo do Vale do Rio Pomba (Ceavarp), Heverson Marangon. Entre os exemplos apresentados por ele, destaque para a implementação das fossas sépticas biodigestoras rurais, com tanques sépticos interligados em série. Essa é uma iniciativa que vem sendo demandada com frequência, segundo ele, a partir do momento em que os moradores do campo percebem a necessidade do aumento de ações que busquem fomentar a sustentabilidade em suas propriedades.
Heverson deixou claro que o caminho para o tratamento do esgoto com qualidade no campo passa pela separação do que é resíduo oriundo do vaso sanitário e o que é de outras fontes, como chuveiros, pias, lavatórios, entre outros. Ele apresentou todos os detalhes das fossas sépticas biodigestoras para receber o esgoto do vaso sanitário, destacando que a eficiência desse tratamento chega a 92,4%. O gerente administrativo do Ceavarp ainda mostrou outras possibilidades, que podem ser conferidas na íntegra no link abaixo. Toda a reunião foi transmitida pelo YouTube e está disponível para quem tiver interesse em conhecer os detalhes.
Clique aqui para assistir o Diálogos com o Sisema Zona da Mata de 2020 na íntegra
Na avaliação da superintendente de Gestão Ambiental da Semad, Fernanda Wasner Vasconcelos, o Diálogos com o Sisema é o momento oportuno para que as boas práticas sejam divulgadas. “O que importa não é apenas reconhecê-las, mas também divulgá-las, porque muitas vezes as pessoas desenvolvem práticas com excelente potencial, mas que elas mesmas não têm essa dimensão. O Diálogos com o Sisema é uma proposta para que nós possamos traçar um diálogo respeitoso com argumentos técnicos, para consolidar e divulgar informações e permitir que as pessoas se aproximem do Sisema, que é um órgão que tem por função priorizar a coletividade, a qualidade de vida e ambiental, e o bem estar de todos nós que usufruímos do meio ambiente", diz a superintendente.
Além da edição para o público da Zona da Mata, o programa também já cumpriu o cronograma do Leste de Minas. Ainda restam sete edições a serem realizadas em 2020, todas elas virtuais que podem ser acessadas por qualquer pessoa interessada. Para conferir a programação dos próximos eventos, é só clicar neste link.
Guilherme Paranaiba
Ascom/Sisema
