Foto: Ascom/Divulgação
Analista ambiental faz observação de obra de bioengenharia em execução às margem do Rio Gualaxo do Norte
A Fundação Estadual de Meio Ambiente (Feam) e o Instituto Estadual de Florestas (IEF), divulgaram neste mês de julho o Relatório da Fase XI da “Operação Watu”, principal estratégia do Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Sisema) para acompanhamento das ações de recuperação da calha principal dos rios afetados pelo rompimento da barragem de Fundão, em Mariana, em novembro de 2015. O relatório traz informações da fiscalização realizada em maio e junho de 2021 em Paracatu de Baixo, Barra Longa e Mariana, e revela impactos da pandemia no avanço das ações.
As informações obtidas em campo na operação Watu são registradas em relatório e levadas ao Comitê Interfederativo para subsidiar a tomada de decisão nas ações, especialmente as da Câmara de Rejeitos do CIF. “Os resultados dos relatórios produzidos pela equipe empenhada na Operação Watu vão auxiliar e orientar o CIF e a Fundação Renova na gestão e execução das medidas de recuperação dos danos resultantes do desastre provocado pelo rompimento da barragem de Fundão, na bacia do Rio Doce”, explicou o presidente da Feam, Renato Brandão.
A “Operação Watu”está entre as estratégias do Governo de Minas para avaliar as intervenções de recuperaçãorealizadas pela Fundação Renovana parte mineira da bacia do Rio Doce.As obras de recuperação nos trechos foram iniciadas em 2016 e desde então o Sisema, por meio de suas entidades vinculadas: Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam), Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam) e Instituto Estadual de Florestas(IEF), vem acompanhando as ações de recuperação do Rio Doce e, monitorando a execução das obras em campo por meio da Operação Watu.
De acordo com Renato Brandão, a Operação Watu Fase XI permitiu que o órgão ambiental avaliasse a situação atual das áreas atingidas pelo desastre em relação à eficiência das obras de bioengenharia, das ações de restauro florestal e da situação dos depósitos de rejeitos. “Este monitoramento fornece subsídios importantes para que o Sisema exija adequações nas ações da Fundação Renova e também apoie o trabalho das Câmaras Técnicas do Comitê Interfederativo (CIF)”, explicou.
Na Feam, as ações são conduzidas pela Gerência de Recuperação Ambiental Integrada (Gerai). Segundo o gerente do setor, Luís Gabriel Menten Mendoza, a Fase XI da Operação Watu contou com a colaboração de servidores do IEF e da Feam para abarcar temas distintos de competências das unidades, tais como o reflorestamento, as obras de bioengenharia e as lagoas marginais. “As ações integradas das unidades do Sisema têm se mostrado ferramenta efetiva para compartilhamento de ideias e de pessoal, na busca conjunta por melhores resultados para a recuperação ambiental as áreas afetadas”, ressaltou.
As obras de bioengenharia de Mariana e Barra Longa foram acompanhadas com o objetivo de avaliar a eficiência das técnicas empregadas para contenção de processos erosivos e taludes, que possuem nexo causal com o rompimento da barragem de Fundão.
RESULTADOS
Na parte do restauro florestal nos trechos impactados pelos rejeitos foi constatado pouco avanço no plantio de espécies nativas, predomínio de invasoras e pouca manutenção das áreas já implantadas. Tais constatações foram potencializadas pela pandemia de COVID-19, que restringiu a execução das atividades pelas empresas contratadas pela Fundação Renova.
De acordo com a diretora de Instrumentos de Gestão e Planejamento Ambiental (Diga) da Feam, Patrícia Rocha Maciel Fernandes, a Fase XI da Operação Watu mostrou que ainda persistem problemas a serem corrigidos pela Fundação Renova como o pastoreio de gado nas áreas de plantio e a existência de processos erosivos nas margens e taludes, que podem afetar o desenvolvimento das ações de restauração e intensificar a remobilização do rejeito para os rios.
O planejamento e execução da operação contaram com a expertise de profissionais da área da engenharia agronômica, ambiental e sanitária, além de biólogos e geógrafos. A próxima fase da operação está sendo planejada para os próximos meses.
OPERAÇÃO WATU
A Operação Watu (rio Doce, na língua indígena Krenak) é o mecanismo oficial do Governo de Minas para acompanhamento das ações de recuperação por parte do Estado. As ações desenvolvidas são de responsabilidade da Fundação Renova.
Em sua Fase XI, a Operação Watujá auxiliou no acompanhamento e tomada de decisão em projetos desenvolvidos pelo Plano de Manejo de Rejeitos, que apresenta como objetivo geral a recuperação das áreas afetadas pela deposição de rejeitos a partir da seleção de alternativas de manejo do rejeito que causem o menor impacto socioambiental.
Para conhecer o relatório na íntegra clique aqui.
Wilma Gomes
Ascom/Sisema