Com a inauguração da segunda etapa da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) do Onça, nesta quarta-feira (27), Belo Horizonte se tornará a primeira capital do país com capacidade para tratar todo seu esgoto de forma secundária. A obra, realizada pela Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa), ajudará o Governo de Minas em sua meta dupla de ampliar o saneamento em Minas e despoluir o Rio das Velhas.
Para cumpri-la, o governo triplicou, nos últimos sete anos, o número de ETEs no Estado. O volume de esgoto tratado subiu de 22 milhões de m3 para 150 milhões. Hoje, usufruem da rede sanitária cerca de 7,5 milhões de mineiros, 33% a mais que em 2002. A rede de esgoto passou de 10,3 mil km em 2003, para 15,1 mil km em 2009. “Trabalhamos muito para levar à população um saneamento de qualidade, que é uma das prioridades deste governo. As novas estruturas da ETE Onça comprovam o nosso esforço”, diz o presidente da Copasa, Ricardo Simões.
A primeira etapa da ETE Onça foi finalizada em 2006, a um custo de R$ 105 milhões. Com a segunda etapa, cujos investimentos somaram R$ 70 milhões, o esgoto que chega à estação desaguará no Ribeirão do Onça em condições de permitir a vida dos peixes que existiam em suas águas, deixando para trás aproximadamente 40 toneladas de material poluente por dia.
A despoluição do Onça ajudará na recuperação do Rio das Velhas, já que o ribeirão é um de seus principais afluentes. A segunda etapa da ETE se junta aos investimentos do Estado pela melhoria da bacia. Ao todo, já foram empregados R$ 1,3 bilhão em 172 obras e os resultados são visíveis. A última expedição do Projeto Manuelzão, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), realizada em dezembro de 2009, constatou a presença de peixes na bacia, algo impensável anos atrás.
“Estamos vendo que o milagre da multiplicação dos peixes está acontecendo”, diz o coordenador do Manuelzão e professor da Faculdade de Medicina da UFMG, Marcus Vinícius Polignano. O projeto Manuelzão há treze anos trabalha pelo desenvolvimento socioambiental do Velhas. Segundo ele, o Governo de Minas e a Copasa captaram a mensagem da sociedade civil, que cobrava um maior respeito ao meio-ambiente. “Hoje, posso dizer que o tratamento de esgoto é um cartão de visita de Belo Horizonte e que a Bacia do Rio das Velhas será modelo para outras no Estado”.
Para o secretário de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, José Carlos Carvalho, os altos investimentos estaduais na recuperação ambiental e na expansão do saneamento começaram quando a Copasa mudou sua forma de gestão, em 2003. “Até aquele ano, a prioridade era o abastecimento. Hoje, a Copasa recuperou seu poder de investimento e mudou o foco para o tratamento, que gera benefícios tanto para a natureza quanto para a população”, enfatizou.
Caça-esgoto
Com o funcionamento da segunda etapa da ETE Onça, Belo Horizonte terá infraestrutura para tratar de forma secundária 100% de seu esgoto. O objetivo da Copasa é fazer com que todo esse esgoto chegue a uma das 26 ETEs que funcionam na região metropolitana.
Belo Horizonte possui quase a totalidade de seu esgoto coletado. Cerca de 70%, entretanto, são destinados às ETEs. Visando aumentar essa eficiência, a Copasa investe na implantação de interceptores. Algumas áreas da cidade, antes críticas, já apresentam outro panorama. “Hoje, toda a margem direita da bacia da Pampulha está interceptada”, explica o presidente da Copasa, Ricardo Simões. “Buscaremos resolver não só o problema da orla da Pampulha, mas também de outras regiões”, completou.
Uma das ferramentas utilizada pela Copasa para a expansão da rede de saneamento da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) é o programa Caça-Esgoto, criado em 2004. Através dele, a companhia identifica e elimina lançamentos de esgoto indevido. Uma equipe formada por técnicos e engenheiros analisa toda a rede coletora à procura de problemas. O esgoto despejado de maneira errada é canalizado para as redes e transportado até as ETEs.
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