Foto: Semad/Divulgação

Minas Gerais foi o único governo subnacional da América Latina presente no evento

A participação do Governo de Minas na 3ª edição da US Climate Action Summit 2023, nos Estados Unidos, nesta semana, resultou na aceleração de estratégias de enfrentamento às mudanças climáticas em Minas Gerais. Nos próximos meses, o Estado irá ampliar a discussão para alavancar o mercado de carbono, buscar financiamento para avançar o Programa de Regularização Ambiental (PRA), assim como aprofundar a articulação com os setores que mais contribuem com as emissões de gases de efeito estufa em Minas, a fim de alcançar as metas de descarbonização preconizadas na campanha Race to Zero.

É a primeira vez que o Brasil participa deste evento, que reúne líderes mundiais em torno do debate sobre ações para fomentar o financiamento verde em prol da implementação de medidas de enfrentamento às mudanças climáticas. Minas Gerais foi o único governo subnacional da América Latina presente e representou o país, por meio do vice-governador, professor Mateus Simões; a secretária de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Marília Melo; e a chefe de gabinete da Feam, Renata Araújo. 

Foram feitas reuniões, mesas de discussões e participação em palestras, nas quais a comitiva mineira pode compartilhar as experiências das políticas públicas adotadas em Minas para o enfrentamento às mudanças do clima e conhecer as que estão sendo adotadas em outros lugares do mundo. Durante a abertura do evento, a presença do Brasil foi reverenciada pela diretora-executiva do Climate Group na América do Norte, Angela Barranco, que afirmou que “o  papel dos governos subnacionais é fundamental na trajetória para a neutralidade de emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) global.”

Como parte da agenda ambiental nos EUA, o vice-governador e a secretária se reuniram com o representante do governo de Quebec, Jean-François.  O encontro marca o início de uma cooperação entre os dois governos, com foco na troca de experiências sobre as medidas de descarbonização do setor minerário, de transição energética e de mercado de carbono.

“A participação do Governo de Minas no evento anfitriado pelo Climate Group foi importante porque nos permite manter Minas posicionada entre os estados subnacionais que estão agindo para corrigir as políticas em direção à neutralidade de carbono e em direção a uma agenda do clima responsável. Também nos permite uma aproximação com as entidades multilaterais e privadas de financiamento. Saímos daqui com expectativas muito positivas para alguns dos nossos projetos”, afirma o vice-governador.
 

Segundo ele, o compartilhamento de experiências com líderes mundiais permitiu aprofundar a discussão com governos subnacionais, com desafios semelhantes aos de Minas, e que estão na direção de soluções que já tenham sido testadas.  “Aprender com o erro do outro costuma ser mais rápido e mais barato. Em um cenário em que a gente não tem muito tempo, essas agendas precisam ser implementadas com velocidade não só porque assumimos o compromisso com a campanha global Race to Zero para neutralizar nossa emissão de carbono até 2050, mas porque o processo de mudança climática demanda ações emergenciais”, diz.
 

Próximos passos

Com a experiência no US Climate Action Summit 2023 e a urgência da agenda de enfrentamento das mudanças climáticas, o Governo de Minas irá organizar eventos no Brasil para aproximar agentes nacionais e internacionais. “ O nosso foco nos próximos meses vai ser tentar viabilizar o debate sobre um mercado de carbono estadual. Já estamos com um workshop marcado para daqui a dois meses sobre isso. Não podemos mais perder tempo com essa discussão, uma vez que é um compromisso importante para somar ao nosso Plano Estadual de Ação Climática (Plac)”, diz o vice-governador.

Outra missão de Minas é a busca de financiamentos para avançar com prazos nos programas de regularização para reflorestamento das áreas agricultáveis do estado. “E estamos com o desafio de entender como alavancar nossas metas em setores em que o grau de emissão de poluentes ainda é muito alto, como é o caso do transporte. Mas isso é um desafio que agora vai contar com ajuda técnica para que a gente possa superá-lo.”

Segundo a secretária Marília Melo, Minas Gerais tem desenvolvido ações que estão no caminho de um desenvolvimento sustentável, de baixo carbono, inclusivo e resiliente. “Os nossos desafios são também os de outros países, e essa troca nos EUA nos permitiu vislumbrar soluções para alcançar muitos outros resultados profícuos em Minas.”
 

US Climate Action Summit 2023

O evento é promovido pelo Climate Group, organização internacional sem fins lucrativos fundada em 2003. Em 2020, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, convidou o Climate Group para apoiar a cúpula dos Líderes sobre o Clima, motivo pelo qual a instituição passou a selecionar e organizar uma série de eventos relacionados ao tema.

O objetivo do US Climate Action Summit é criar uma plataforma que gere resultados mensuráveis em políticas climáticas e ações empresariais, com os participantes no centro da agenda. O público-alvo do encontro foi investidores e empresários estadunidenses. No entanto, foram selecionados alguns países em desenvolvimento para participar da cúpula.

Luciane Evans
Ascom/Sisema