Problemas relacionados à falta de saneamento e à qualidade da água para consumo humano foram apresentados durante o 8º Fórum Mundial da Água, em Brasília, por representantes de países que enfrentam dificuldades em relação à oferta de recursos hídricos. Na sessão Fortalecimento das Capacidades Locais para o Abastecimento de Água, realizada durante a 5ª Conferência Internacional de Autoridades Locais e Regionais para Água, nesta terça-feira, 20, dirigentes de nações africanas, da América Central e da Europa. O Governo de Minas também participa do evento e também compartilhou experiências para enfrentamento da crise hídrica.
Participaram das discussões o vice-prefeito da cidade africana de Blantyre, no Malawi, Joseph Nakwinja; a diretora geral da agência africana Nkana Water, da Zâmbia, Diana Makawa; a diretora técnica do Dinepa, no Haiti, Nadege Augustin; e o diretor-geral do NLWE, no Líbano, Jamal Krayem.
A representante do Haiti chamou a atenção sobre os impactos na saúde pública ocasionados por problemas relacionados à agua. “Somos uma nação muito vulnerável, estamos enfrentando, desde 2010, uma epidemia de cólera. Este problema está ligado diretamente à falta de saneamento e à qualidade da água que nossa população consome”, pontuou.
Nadege Augustin destacou também a importância de o governo haitiano estabelecer parceria com as universidades locais e de outras nações para melhorar a gestão hídrica. “O Haiti precisa muito contar com a ajuda de outros países para que possamos desenvolver tecnologias que nos ajudem a enfrentar os problemas relacionados à falta de água potável e saneamento básico, e estamos em busca disso”, enfatizou.
O vice-prefeito da cidade africana de Blantyre citou ações de cooperação técnica que vêm sendo adotadas em seu município. “Estamos desenvolvendo uma cogestão dos recursos ambientais e dentre as principais ações que estamos implementando destaco o projeto de reflorestamento da cidade, o investimento em usinas fotovoltaicas e o desenvolvimento de tecnologias para captação de água subterrânea”, esclareceu.
A seca, somada à questão dos refugiados, foi o ponto abordado pelo representante do Líbano. “Nosso país precisa se preparar para o futuro. Já enfrentávamos o problema da falta de água, mas com a chegada dos imigrantes sírios nossa demanda por consumo aumentou, e isso agravou a situação de escassez”, destacou.
Krayem disse que vem desenvolvendo um trabalho de conscientização com a população e associações. “Criamos uma organização chamada “Amigos da Água”, para que possamos trabalhar ações de saneamento básico e falta de água potável, e para que os libaneses possam conhecer mais sobre a realidade que cerca os recursos do território em que vivem”, enfatizou.
Ascom/Sisema