Foto: Neimar Costa/Ascom Sisema
O Plano Estadual de Ação Climática (Plac) foi apresentado oficialmente na última sexta-feira (16/12) pelo presidente da Feam, Renato Brandão
Minas segue avançando nas ações de enfrentamento à crise climática global. Na última sexta-feira (16/12), em evento realizado na sede do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), a Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam) apresentou oficialmente o Plano Estadual de Ação Climática (Plac), iniciativa que estabelece medidas e mecanismos para neutralizar a emissão regional de carbono até 2050.
Elaborado com apoio internacional e participação efetiva da sociedade civil, setor produtivo e universidades, o Plac tem como objetivo direcionar as ações do Estado rumo ao desenvolvimento de uma economia verde de baixo carbono, capaz de garantir a resiliência necessária às mudanças climáticas e assegurar às novas gerações uma sociedade inclusiva e sustentável do ponto de vista socioambiental.
Uma consulta pública de caráter consultivo será aberta nesta segunda-feira (19/12) para que a sociedade possa avaliar os documentos utilizados na elaboração do Plac e sugerir contribuições ao projeto.
Em seu discurso de abertura do evento, a secretária de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Marília Melo, destacou a atuação colaborativa e multidisciplinar das diversas entidades que atuaram na elaboração do Plano e a responsabilidade do Estado na construção de uma agenda climática integrada e propositiva juntos aos demais estados do Brasil.
“Ao se tornar o primeiro estado da América Latina e Caribe a aderir à campanha Race to Zero, Minas assumiu, não apenas o protagonismo na agenda climática continental, mas também a responsabilidade de desenvolver soluções colaborativas capazes de integrar os diversos agentes econômicos e sociais na construção de uma nova sociedade, na qual a questão ambiental não seja um empecilho, mas um motor do desenvolvimento econômico”, salientou.
Em junho de 2021, Minas Gerais se tornou o primeiro estado da América Latina e Caribe a aderir à campanha global Race to Zero, que reúne governos e lideranças de diversas partes do mundo com o objetivo de alcançar emissões líquidas zero de gases de efeito estufa até 2050, o que deverá limitar o aumento da temperatura global a 1,5 grau.
PARCERIA
Ao longo de seus 11 meses de elaboração, o Plano Estadual de Ação Climática foi desenvolvido com auxílio do fundo internacional UK Partnering for Accelerated Climate Transitions (UK PACT), mantido pelo Governo do Reino Unido, em parceria com o CDP - Disclosure Insight Action e o ICLEI – Local Governments for Sustainability, instituições reconhecidas globalmente por suas ações de fomento ao desenvolvimento socioambiental sustentável.
Para garantir uma sólida fundamentação científica na proposição das ações estratégicas do Plac, a Feam contou com apoio do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia e das universidades federais do Rio de Janeiro (COPPE/UFRJ), São Paulo (USP) e de Minas Gerais (UFMG).
O alinhamento de ações com o setor produtivo se deu por meio de parceria firmada com a Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg) e a Federação da Agricultura e Pecuária de Minas Gerais (Faemg).
“Com o lançamento efetivo de um plano de descarbonização, o desafio agora será a implementação. Sabemos que isso não é uma responsabilidade apenas do poder público, mas que necessita da colaboração também do setor privado e da sociedade civil. Objetivo que tem sido alcançado pela Feam ao longo de todo o desenvolvimento deste projeto, agregando entidades dos mais diversos setores da sociedade em uma construção coletiva”, lembrou o cônsul do Reino Unido em Minas Gerais, Lucas Brown.
REALIDADE MINEIRA
Além das diretrizes para o poder executivo estadual, o Plac buscou também retratar a realidade de Minas Gerais, envolvendo todos os segmentos da economia. Para a sua elaboração, foram feitos diagnósticos territoriais, das políticas, programas e ações governamentais e dos setores produtivos, além do inventário com a quantificação das emissões por atividades.
Foi diagnosticada ainda, por meio de estudos e levantamentos, a vulnerabilidade de cada região mineira para os possíveis impactos das mudanças climáticas. Diferentes cenários foram traçados e suas potenciais soluções elencadas. Em determinados cenários, por exemplo, a diminuição da silvicultura pode ocorrer com maior frequência nas regiões do Norte, Nordeste e Rio Doce de Minas; em outros o aumento das precipitações, pode ser ampliado no Sul do estado.
“É um desafio global em que Minas trabalha arduamente para bons resultados, principalmente locais. Há equipes debruçadas em busca de soluções e parcerias sendo desenvolvidas. Vários setores governamentais estão buscando ações compatíveis com as nossas metas. O Plac será a diretriz principal para essa política de enfrentamento, que é transversal”, explicou o presidente da Feam, Renato Brandão.
Ascom/Sisema