Foto: Divulgação/Semad
Encontro com a delegação europeia foi realizado na Fundação João Pinheiro (FJP), em Belo Horizonte, com presença de representantes de 16 países
Minas apresentou à comitiva europeia as ações de implementação do Código Florestal Brasileiro em seu território, além do posicionamento estratégico em relação à sustentabilidade, combate ao desmatamento ilegal e trabalho junto aos produtores rurais na promoção do Programa de Regularização Ambiental (PRA).
A secretária de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Minas Gerais, Marília Melo, ressaltou que Minas tem 32% de cobertura vegetal nativa preservada e que a implementação do PRA estima um potencial de recuperação de 3,4 milhões de hectares.
"Junto com a plataforma Selo Verde e a implementação do PRA a gente tem avançado nesse trabalho em parceria com a Secretaria de Agricultura para demonstrar que os produtos agrícolas de Minas Gerais têm esse diferencial competitivo, considerando as questões ambientais envolvidas. Tenho certeza de que teremos desdobramentos, com parcerias importantes junto à comunidade europeia, como já estamos fazendo com o governo francês na elaboração de um Plano de Ação Climática para os municípios mineiros mais críticos em relação à vulnerabilidade do clima", avaliou a secretária.
Plataforma Selo Verde
A plataforma Selo Verde é fruto de esforços conjuntos do Instituto Estadual de Florestas (IEF), Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) e da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), e conta com o apoio da Organização Não-Governamental Al-Invest Verde, financiada pela União Europeia.
O Selo Verde integra dados de órgãos públicos e aplica análises geoespaciais aos processos produtivos agroflorestais, trazendo transparência e rastreabilidade à produção regional e combatendo o desmatamento ilegal no estado.
De acordo com o estudo da Plataforma Selo Verde MG, 99% das propriedades mineiras de café, 95% das fazendas de soja e 93% das propriedades com florestas plantadas são categorizadas como áreas livres de desmatamento desde 2008.
O Embaixador-Chefe da Delegação da União Europeia no Brasil, Fernando Meirelles de Azevedo Pimentel, ressaltou que há uma proliferação de iniciativas estaduais, federais e do próprio setor privado, demonstrando preocupação com a sustentabilidade. “Com o Programa Selo Verde, Minas sai na frente em matéria de monitoramento e apresentação das credenciais da produção sustentável brasileira”, disse o embaixador.
Café Sustentável
A reunião marcou ainda a apresentação do programa "Certifica Minas Café", coordenado pela Seapa, que assegura qualidade e sustentabilidade dos sistemas de produção na cultura do café, proporcionando mais competitividade aos cafeicultores.
Em 2023, o café respondeu por 86% das exportações mineiras para a União Europeia, somando US$ aproximadamente U$ 2,7 bilhões. De acordo com os dados sistematizados pela Plataforma Selo Verde, 99% das propriedades mineiras de café são categorizadas como áreas livres de desmatamento desde 2008, a data-base estipulada pelo Código Florestal.
A cafeicultura foi a primeira cadeia produtiva a fazer parte do programa Certifica Minas, que tem o objetivo de assegurar a produção dentro de critérios internacionais de sustentabilidade socioeconômica e ambiental. Atualmente, mais de 900 propriedades têm a certificação do Certifica Minas Café. Além da qualidade, a sustentabilidade da produção mineira de café atende ao estabelecido no Regulamento da União Europeia para Produtos Livres de Desmatamento (EUDR, na sigla em inglês). O Certifica Minas é coordenado pela Seapa e executado com o apoio das vinculadas Emater-MG, Epamig e Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA).
Luiz Fernando Motta
Ascom/Sisema