O desmatamento da área remanescente da Mata Atlântica, em Minas Gerais, apresentou uma redução de 34%, em comparação ao período anterior. Os dados foram divulgados, ontem, pela Fundação SOS Mata Atlântica e pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) que, desde a década de 1990, acompanham os efeitos da ação humana sobre os remanescentes florestais. O mapeamento é realizado em 17 estados brasileiros.
Minas Gerais é o estado que possui a maior área remanescente de Mata Atlântica do país. São 2.864.487 hectares do bioma, cerca de 500 mil hectares a mais do que o estado de São Paulo.
Entre as medidas adotadas para reduzir o desmatamento na Mata Atlântica, estão o fomento florestal para a recuperação das áreas degradadas e a fiscalização ostensiva para coibir o desmatamento ilegal.
Fomento florestal para recuperação de áreas degradadas
O Instituto Estadual de Florestas (IEF) tem como um dos focos principais a atividade de fomento, que visa à recuperação das áreas degradadas e à manutenção do equilíbrio ambiental, garantindo a diversidade biológica, a produção da água, o equilíbrio climático e a qualidade do solo. O fomento também tem como função reduzir a pressão sobre as florestas nativas, por meio da exploração da madeira.
Em 2014, cerca de 2,5 mil hectares de floresta nativa foram recuperados na Mata Atlântica. Foram produzidas, nos viveiros administrados pelo Estado e por entidades parceiras, cerca de 724 mil mudas de espécies nativas para propiciar a recomposição de matas ciliares, matas de topo, recuperação de áreas degradadas, proteção de nascentes, arborização e paisagismo. Aproximadamente mil produtores rurais foram beneficiados.
O IEF é o órgão do Governo de Minas responsável pela produção das mudas utilizadas em vários projetos de fomento florestal no Estado. Todas são fornecidas a proprietários cadastrados junto ao Instituto no programa de fomento ambiental e social ou em projetos desenvolvidos em parceria com outras organizações.
Foto: Evandro Rodney
Lagoa Dom Elvécio - Parque Estadual do Rio Doce
Fiscalização
A Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) já realizou três grandes operações em 2015 para coibir o desmatamento ilegal de Mata Atlântica.
Em março, a Operação Macaco Muriqui 3 embargou 550 hectares de áreas do bioma desmatadas ilegalmente e aplicou multas num total de R$ 5,8 milhões. A ação foi realizada no Nordeste do Estado, na região que, segundo os dados do Sisema, concentra os três municípios do Estado onde mais se encontram desmatamentos: Ladainha, Itaipé e Novo Cruzeiro.
Desde o dia 26 de maio, está em curso a Operação Serra Negra, na região do Vale do Rio Jequitinhonha. Até o momento, a operação apresentou os seguintes resultados:
· Embargo de 517 hectares de áreas do bioma Mata Atlântica, desmatados ilegalmente;
· Aplicação de R$ 1.720.000,00 (hum milhão, setecentos e vinte mil reais) de multas aplicadas;
. Apreensão de 4.855 estéreis de madeira;
· 56 mdc de carvão apreendidos.
Também em maio, os fiscais da Semad realizaram uma ação nos municípios de Matozinhos, Sete Lagoas, Pitangui e Divinópolis, com o objetivo de coibir o transporte e o consumo ilegal de carvão vegetal no Estado. O trabalho foi realizado nas empresas consumidoras de carvão e foi verificada toda a documentação referente às cargas de carvão, além da documentação ambiental da siderurgia.
Foram fiscalizadas 12 empresas e apreendidos aproximadamente 500 metros cúbicos de carvão. Além disso, foram apreendidos sete caminhões com carvão vegetal. No total, foram aplicados, aproximadamente, R$ 300 mil em multas.
Segundo o secretário estadual de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Sávio Souza Cruz, o atual governo ficará permanentemente atento à questão do desmatamento da Mata Atlântica, implementando ações que objetivam não somente coibir o desmatamento, mas também recuperar as áreas já devastadas.
Romyna Lanza e Emerson Gomes
Ascom/Sisema