A iniciativa é da Defensoria Pública da União (DPU) em Minas Gerais e tem o apoio do Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Sisema). A proposta é que a atividade seja realizada anualmente, sempre no mês de setembro. Além da entrega das aves foram realizadas atividades de observação de pássaros, oficinas de educação ambiental, teatros, shows e caminhada ecológica. O Instituto Estadual de Florestas (IEF) montou um estande onde o visitante pôde conhecer um pouco da avifauna de Minas Gerais.

Durante a solenidade de abertura, o defensor público federal Celso Gabriel de Rezende ressaltou que o projeto tem o objetivo de formar novos paradigmas para a conservação ambiental em Minas, envolvendo cada vez mais a sociedade. “Cada cidadão tem que se tornar um fiscal ambiental”, afirma.

Idealizador do projeto, Celso Rezende, observou a alta incidência de pessoas que procuram a DPU para se livrar de multas relacionadas ao aprisionamento de aves, que é crime ambiental. As multas aplicadas a pessoas que mantém um pássaro em casa variam de R$500 a R$5 mil por animal.

Um dos objetivos principais do projeto é sensibilizar a população mineira sobre a importância de preservar a biodiversidade. A diretora de Extensão e Educação Ambiental da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Ana Luiza Dolabela, observa que o engajamento de cada um é essencial para o sucesso do projeto. “Todos os que estiveram no Parque das Mangabeiras podem e devem se transformar em multiplicadores para que o Minas Livre de Gaiolas tenha êxito sempre”, enfatizou.

Voluntários

O aposentado H.G.T. foi um dos que entregou voluntariamente uma ave durante o projeto Minas Livre de Gaiolas. Aos 54 anos, ele preferiu não se identificar, assim como a maioria das pessoas que levaram aves ao Parque das Mangabeiras. Ele conta que o papagaio que entregou apareceu em sua casa em Belo Horizonte. “Sempre tive vontade, mas também medo de devolver e aproveitei essa oportunidade”, disse.

_{Fotos: Janice Drumond/Ascom Sisema}

^{Veterinário do Ibama recebe papagaio entregue voluntariamente}

O papagaio, assim como todas as aves entregues durante o Minas Livre de Gaiolas, será encaminhado ao Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama). No local, serão cuidados e, posteriormente, encaminhados ao seu habitat natural ou a entidades que possuam técnicos capacitados para o cuidado dos animais.

O veterinário do Ibama e coordenador do Cetas, Daniel Vilela, observa que a reinserção na natureza depende muito das características da espécie. “No caso dos papagaios, que são muito sociáveis, eles podem ser soltos com sucesso desde que em grupos e em áreas afastadas”, explica.

A entrega voluntária de aves pode ser feita em qualquer época do ano ao Ibama, ao IEF e à Polícia Militar de Meio Ambiente. É importante entrar em contato com o órgão ambiental antes de levar o pássaro para obter autorização de transporte. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone (31) 3555.6179.

O projeto Minas Livre de Gaiolas também tem a participação da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e da Fundação de Parques Municipais de Belo Horizonte, do Corpo de Bombeiros Militar, da Rádio Inconfidência, da Ong Ponto Terra, da empresa Arcelor Mittal, do Projeto PSIT (de Psitacidae, família de aves) e da Sociedade Brasileira de Defesa Ambiental (SBDA).


^{Estande do IEF recebeu vários visitantes durante o evento}