Fotos: BH Airport
Foi feita a simulação de atropelamento de pessoas que, ao atravessar a rodovia, foram surpreendidos por um caminhão, que transporta querosene. Veículo colidiu com um ônibus e combustível vazou na pista
A Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) participou de uma ação de emergência ambiental na rodovia LMG–800, em frente ao Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins, na última sexta-feira, 30 de agosto. O Exercício Simulado de Emergência em Aeródromo (ESEA) foi uma iniciativa da BH Airport, empresa que administra o terminal na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Além da participação da Semad, por meio da Diretoria de Prevenção e Emergência (DEAMB), outras instituições apoiaram o trabalho. O simulado teve o objetivo de preparar equipes de atendimento a múltiplas vítimas nas proximidades do aeroporto e minimizar os danos ao meio ambiente.
Esse é o primeiro simulado desse tipo em Minas, com cenário envolvendo rodovia e aeroporto, o que pode gerar interferências tanto no trânsito local, bem como em horários de pousos e decolagens de aviões, e também na rede hospitalar. Essa é uma forma de treinar as diversas instituições públicas para agirem de forma integrada, no sentido dar respostas mais rápidas e eficientes a emergências ambientais, conforme explica o analista ambiental da Semad, Antônio Carlos Rosa.
“Esse é um trabalho de prevenção e resposta de emergências ambientais dentro das atribuições da Secretaria. As emergências ambientais são ocorrências possíveis de serem registradas nesse tipo de ambiente, aeroportuário. São casos que merecem atenção do ponto de vista ambiental, para evitarmos riscos à saúde e segurança das pessoas e aos recursos naturais, bem como a preservação do patrimônio público e privado”, explica Antônio.
Para o simulado, a BH Airport bloqueou uma área da rodovia, na altura do km 7, no sentido Confins/Belo Horizonte. Foi feito um desvio alternativo para manter o fluxo de veículos e minimizar o impacto para os motoristas. Toda a ação foi alinhada, previamente, com o Departamento de Edificações e Estradas de Rodagem de Minas Gerais (DEER-MG).
Esse é o primeiro simulado desse tipo em Minas, com cenário envolvendo rodovia e aeroporto
No simulado, houve um acidente envolvendo um caminhão que transportava combustível de aviação (Querosene de aviação - Qav) e um ônibus. Durante a ação, foi feita a simulação de atropelamento de pessoas que saíam de um hotel e que, ao atravessar a rodovia, foram surpreendidos pelo caminhão. Obrigado a frear bruscamente, o veículo de carga colidiu com o ônibus, que transportava passageiros.
Houve vazamento de combustível, proveniente da carreta, na pista. O material é contaminante e explosivo, o que exigiu atuação da brigada de emergência do aeroporto para contenção imediata do material vazado e isolamento da área. Após essa ação, houve acionamento do Corpo de Bombeiros e do Núcleo de Emergência Ambiental da Semad.
As vítimas do acidente foram representadas por 50 alunos da escola parceira Escola de Aviação Civil (Esaer). Houve simulação de diversas situações de traumas, o que permitiu às equipes de resposta e emergência realizar todo o treinamento, desde a triagem e primeiros socorros até o transporte por ambulâncias e helicópteros para os hospitais envolvidos.
Entre os participantes, o exercício contou com equipes médicas dos hospitais João XXIII, Mater Dei, Risoleta Tolentino Neves e da UPA Vespasiano, do Serviço Médico de Atendimento de Urgência (Samu) de Belo Horizonte, do Corpo de Bombeiros Militar, da Polícia Militar Rodoviária, das Polícias Militar e Civil, da Defesa Civil, do DEER-MG e do Centro Integrado de Comando e Controle (CICC) de Minas Gerais. Helicópteros das instituições também participaram do exercício.
Todo o simulado foi coordenado por equipes multidisciplinares direto do Centro Supervisório, na Sala de Operações e Segurança do Aeroporto
O simulado é obrigatório e cumpre as determinações da RBAC 153 da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). A prioridade do treinamento é salvar vidas. Após o socorro de todas as vítimas, todas as medidas foram adotadas para restabelecer a operacionalidade da rodovia e, indiretamente, do aeroporto.
Para o diretor de Operações da BH Airport, Adrian Elkuch, a realização do simulado é uma oportunidade de melhoria. "É o momento em que avaliamos os pontos fortes e fracos, bem como conseguimos nos aperfeiçoar para atuar de forma mais ágil e segura, melhorando o tempo de resposta nas emergências aeroportuárias", avalia.
Ele ressalta ainda que há voluntários que já participaram do exercício inúmeras vezes e também há pessoas que participam pela primeira vez. "Com isso, há uma transferência de conhecimento em que todos saem ganhando e aprendem a atuar em situações não previstas, coordenando os fluxos da melhor maneira possível."
Valquiria Lopes
Ascom/Sisema