Informações sobre poluentes originados do tráfego veicular nas vias de Belo Horizonte já estão disponíveis na plataforma IDE-SISEMA
O Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Sisema) disponibilizou, em sua Plataforma de Dados Espaciais (IDE-Sisema), informações que tem por objetivo representar espacialmente e divulgar os níveis de emissões dos poluentes do tráfego veicular que impactam na qualidade do ar. O projeto piloto inovador pretende compor a base de informações para a completa gestão ambiental das emissões de poluentes atmosféricos e da qualidade do ar e para subsidiar o planejamento de políticas de mobilidade que minimizem os impactos negativos das emissões veiculares e colaborem para a melhoria da qualidade do ar.
O trabalho é fruto de cooperação entre a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), Agência de Desenvolvimento da Região Metropolitana de Belo Horizonte (Agência RMBH), Secretaria de Estado de Infraestrutura e Mobilidade de Minas Gerais (Seinfra), Empresa de Trânsito e Transporte de Belo Horizonte S/A (BHTrans), Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
O município de Belo Horizonte foi o primeiro a ser contemplado no projeto. O Inventário de Emissões Veiculares para Belo Horizonte, ano base 2019, foi desenvolvido utilizando a abordagem metodológica bottom-up, que parte do comportamento do tráfego. Nessa metodologia, a emissão é calculada por meio de equação matemática que considera fatores de emissão e número de veículos circulantes por período. A Semad contou com a parceria da BHTrans para obter os dados referentes à quantidade de veículos circulantes. Foram ao todo 248 pontos, sendo 243 de radares e 5 de contagem manual.
Em conjunto com a Agência RMBH, Seinfra, BHTrans, Unicamp e UFMG, foram definidos o dia da semana e horários que pudessem resultar em uma informação mais representativa possível sobre o fluxo de veículos e consequentemente sobre as taxas de emissão dos poluentes, sendo então selecionados para o cálculo dados de uma terça-feira. A escolha da data buscou evitar a atipicidade de dias próximos aos finais de semana (segunda-feira e sexta-feira) e também dias próximos ou inseridos em feriados para que não houvessem inferências sobre o fluxo normal do tráfego de Belo Horizonte.
Em relação aos horários, foram selecionados, dentro do dia de referência, dois referentes ao pico da manhã, de 07h às 08h e de 08h às 09h; dois referentes ao pico do início da tarde, de 11h às 12h e de 12h às 13h; e outros dois referentes ao pico do fim da tarde/noite, de 17h às 18h e de 18h às 19h. Além dos horários de pico, foram analisados também o fluxo total do dia (24 horas). Quanto aos fatores de emissão, foram determinados fatores médios para Belo Horizonte por categoria de veículo. Os poluentes contemplados foram: monóxido de carbono (CO), óxidos de nitrogênio (NOx) e material particulado (MP) provenientes do escapamento dos veículos.
“A abordagem metodológica bottom-up possibilita que as emissões sejam expressas espacialmente, explicitando os locais com maiores taxas de emissão, que carecem de maior atenção”, explica a analista ambiental do Núcleo de Monitoramento da Qualidade do Ar e Emissões Atmosféricas da Semad, Rúbia Cecília Francisco, que está à frente do projeto.
Para a etapa de espacialização das taxas de emissões calculadas foi exigido da equipe técnica aprofundamento nas pesquisas bibliográficas, o que permitiu expandir as possibilidades de espacialização e escolher por aquela que representasse de forma mais fiel a dinâmica da emissão de poluentes nas vias. O método de interpolação Kernel foi o escolhido pela equipe técnica. Com o apoio da equipe da Diretoria de Estratégias em Geotecnologias e Informação Geográfica da Semad, a espacialização já pode ser visualizada na plataforma IDE-Sisema e está acessível para todo cidadão que tiver interesse em conhecer o comportamento da dinâmica dos poluentes originados do tráfego veicular nas vias de Belo Horizonte.
“Será possível desenvolver e analisar diferentes cenários futuros dos níveis de emissões no sistema viário, permitindo que as decisões, principalmente aquelas no âmbito do planejamento de mobilidade urbana, sejam tomadas levando em consideração também a componente ambiental”, explica Priscila Koch, Diretora de Qualidade e Monitoramento Ambiental da Semad.
Plano de Controle das Emissões Atmosféricas
O projeto é uma das ações que compõem o Plano de Controle das Emissões Atmosféricas de Minas Gerais, que é um importante instrumento de gestão que contém metas de redução e as diretrizes e ações a serem desenvolvidas para o controle e redução da emissão de poluentes pelos diversos tipos de fontes.
“Estamos à disposição para orientar tecnicamente demais municípios que tenham interesse em serem contemplados, tendo em vista que é uma ferramenta que poderá auxiliar os municípios e seus órgãos de trânsito quanto ao melhor planejamento de mobilidade, visando também a melhoria da qualidade do ar para suas populações. Os municípios já foram convidados a participarem dessa ação”, reforça Renata Maria Araújo, superintendente de Qualidade Ambiental e Mudanças Climáticas da Semad.
“Minas tem avançado na gestão da qualidade do ar e o projeto é mais um produto desenvolvido para auxiliar, não só o Estado, mas também as prefeituras na identificação das melhores ações de gestão, controle e redução da poluição”, destaca o Subsecretário de Gestão Ambiental da SEMAD, Diogo de Melo Franco .
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Ascom/Sisema