Simulação testa condições de combate a incêndios florestais no Sul de Minas

Notícia

Criado: Seg, 21 mai 2012 12:28 | Atualizado: Ter, 27 ago 2024 17:34


 

A atividade teve início às 18 horas do dia 17 de maio quando uma moradora do entorno do Parque informou, por telefone, ter avistado chamas no Pico do Santo Agostinho, a uma altitude de 2,2 mil metros acima do nível do mar. Imediatamente foi acionada a Força-Tarefa do Programa de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais de Minas Gerais (Previncêndio) do Governo de Minas que enviou reforços e uma aeronave que chegaram ao Parque às 5h40 do dia 18.

O simulado envolveu cerca de 50 pessoas e todos os equipamentos empregados no combate ao fogo, incluindo um helicóptero. Participaram da atividade integrantes da Polícia Militar, do Corpo de Bombeiros Militar e da Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (Cedec), do Instituto Estadual de Florestas (IEF), que administra o Parque Estadual da Serra do Papagaio, além de 14 brigadistas voluntários da região.

Janice Drummond

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Apoio aéreo é essencial para transporte de equipamentos e pessoas


Simulado

O trabalho reproduziu todas as condições de um combate ao fogo, desde a identificação dos sinais de fumaça, emissão dos primeiros alertas até a confirmação do incêndio florestal de grande porte e que exigiu a participação da Força-Tarefa Previncêndio. Os simulados são uma iniciativa inédita em Minas e uma das inovações previstas no Plano de Ação 2012 para Prevenção e Combate a Incêndios Florestais.

“O objetivo maior é dar respostas ainda mais rápidas no combate ao fogo em seu início”, afirma Ana Carolina Miranda Lopes de Almeida, superintendente de Controle e Emergência Ambiental da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad). “Até o final de junho serão realizados sete simulados para testar as medidas preventivas de cada unidade de conservação”, completa.

O Plano de Ação 2012 é composto por seis programas operacionais: prevenção e controle, capacitação, combate, infraestrutura e logística, comunicação, fiscalização e investigação. O programa prevê ações para reduzir as causas e os riscos de propagação do fogo, a capacitação de todos que participam dos trabalhos de controle dos incêndios e a elaboração de planos e estratégias de combate em função do tamanho do incêndio e dos meios disponíveis.

Um dos principais objetivos do simulado é a implementação do Sistema de Comando de Operações, técnica utilizada pela Cedec em situações críticas. “É fundamental criar condições, durante a operação, para que cada um execute da melhor forma possível sua missão”, afirma o assessor da subsecretaria de Fiscalização e Controle Ambiental, o capitão do Corpo de Bombeiros, Anderson Passos.

“O sucesso no enfrentamento de situações como o incêndio florestal, que reúne diversas pessoas de diferentes instituições, depende da organização eficiente dos esforços, da definição e divisão de funções durante o combate ao fogo”, explica Passos. “No caso da Serra do Papagaio, onde o terreno montanhoso e o clima frio da Serra do Papagaio impõem condições difíceis ao trabalho e que exige o uso de aeronave, cada movimento realizado precisa ser bem pensado”, completa.

O Parque Estadual da Serra do Papagaio possui 22.917 hectares inseridos nos municípios de Aiuruoca, Alagoa, Baependi, Itamonte e Pouso Alto. A unidade de conservação está localizada na região da Serra da Mantiqueira e abriga um importante remanescente do bioma Mata Atlântica, além de formações mistas de campos e áreas com matas de araucária.

Na área da, concentram-se as nascentes dos principais rios formadores da bacia do rio Grande, responsável pelo abastecimento de grandes centros urbanos do sul de Minas. Engloba ainda conjuntos montanhosos das Serras do Garrafão e do Papagaio, apresentando cerca de 50% da área com declividade acentuada e altitudes acima de 1.800 m. As encostas mais elevadas localizam-se no sul (Morro da Mitra do Bispo com 2149m) e ao sudoeste (Pico do Bandeira com 2357 metros).

Em 2011, quatro incêndios atingiram a área interna do Parque e queimaram cerca de 3,4 mil. Outros sete foram registrados no entorno do Parque, atingindo 3,5 mil hectares. Em 2012, não foram registrados incêndios na unidade de conservação.