Foto: Robson Santos/Sisema
Representantes das instituições debateram questões referentes às perspectivas climáticas para este trimestre e o balanço de ocorrências já registradas neste ano
As instituições que integram a Força Tarefa Previncêndio se reuniram, nesta segunda-feira (8), no auditório do Parque Estadual da Serra do Rola-Moça, em Nova Lima, para apresentar as estratégias e planejamento para enfrentamento aos incêndios florestais em Unidades de Conservação (UCs) de Minas Gerais durante o período crítico de estiagem, que vai de julho a outubro.
O trabalho é coordenado pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) e envolve o Instituto Estadual de Florestas (IEF); a Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (Cedec); o Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais (CBMMG), a Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG); a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG); a Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa); o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
Os representantes das instituições debateram questões referentes às perspectivas climáticas para este trimestre e o balanço de ocorrências já registradas neste ano.
"Esse é um grande fórum para que possamos alinhar nosso planejamento e checar o andamento das ações. Nós já adotamos uma série de medidas para prevenção, incluindo queimas prescritas, trabalhos de conscientização ambiental, monitoramento e capacitação de pessoas. Boa parte dessas ações já foi adotada, mas agora entramos num momento mais crítico do ano, no momento de maior atenção para o combate aos incêndios. Iremos nos reunir mensalmente, ordinariamente e também extraordinariamente caso alguma situação exija", explicou o gerente de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais do IEF, Rodrigo Bueno Belo.
A secretária de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Marília Melo, pontuou a importância da união de esforços para prevenção e combate às ocorrências. "As consequências dos incêndios florestais são enormes, seja do ponto de vista da perda da biodiversidade quanto da poluição do ar e da mudança do clima. É muito importante que a gente tenha esse alinhamento e essa sintonia com todos que compõem a Força Tarefa Previncêndio", disse.
Perspectiva climática e balanço de ocorrências
A previsão do Sistema de Meteorologia e Recursos Hídricos de Minas Gerais (Simge), do Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam), é de que neste período as chuvas fiquem abaixo da média climatológica, principalmente nas regiões Norte, Noroeste e Triângulo Mineiro. Segundo Heriberto dos Anjos, meteorologista do órgão, este é um fator já esperado para esta época do ano, mas a quantidade de dias consecutivos sem chuva pode fazer com que o número de focos de queimadas aumente em Minas Gerais.
Até o momento, em 2024, foram registradas 46 ocorrências internas - resultando em uma área atingida de 609,17 hectares - e 29 no entorno das Unidades de Conservação - resultando em uma área atingida de 69,41 hectares.
Confira abaixo a relação de ocorrências por UC e a distribuição mensal dos incêndios florestais:
Minas Contra o Fogo
A secretária Marília Melo também destacou o trabalho de capacitação junto aos municípios no âmbito do programa Minas Contra o Fogo. Em 2024, a iniciativa é desenvolvida em parceria com 24 municípios do estado e prevê a capacitação de brigadistas, auxílio na elaboração e execução de planos de contingência para prevenção e combate em áreas públicas e privadas, além de orientação às prefeituras para decretação de estado de emergência, em caso de necessidade.
"Estamos trabalhando junto às prefeituras para estruturar os municípios para que tenham condição de nos apoiar num primeiro esforço. Nosso principal indicador de desempenho é o tempo de resposta. Quanto mais rápido um incêndio florestal é atendido, menores vão ser as consequências", destacou Marília.
Promovido pelo IEF, em parceria com a Semad, Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (Cedec) e CBMMG, o Minas Contra o Fogo integra os municípios mineiros que mais tiveram focos de incêndios em suas unidades de conservação estaduais, entre 2013 e 2021.
Os municípios aptos a aderir ao programa recebem Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), doados pelo IEF, como: vestimentas, capacetes, luvas, óculos e coturnos, além de instrumentos de combate ao fogo, como abafadores e bombas costais. Além de equipar, o Programa Minas Contra o Fogo capacitará 147 brigadas florestais municipais ao longo dos próximos anos, com 33 municípios aderindo à primeira edição (2023) e 24, até o momento, na segunda edição (2024).
Luiz Fernando Motta
Ascom/Sisema