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Aneliza Almeida, Janaina Mendonça e Marcelo Araki apresentaram técnicas usadas na aproximação com os produtores rurais
As ações do Governo de Minas Gerais ligadas à restauração de ambientes tiveram um espaço privilegiado na II Conferência Brasileira de Restauração Ecológica, realizada em Belo Horizonte, de 21 a 23 de novembro de 2018. O trabalho do Instituto Estadual de Florestas (IEF) ganhou um dos auditórios do encontro onde foram apresentados os projetos desenvolvidos em todo o Estado.
A diretora de Conservação e Recuperação de Ecossistemas do IEF, Fernanda Teixeira Silva, observa que o trabalho de restauração florestal é um dos principais ramos do Instituto. “Entre 2006 e 2018, as ações de fomento realizadas pelo IEF foram responsáveis por mais de 80 mil hectares de áreas recuperadas em todo o Estado”, explica.
Ela lembra que o IEF incentiva os produtores rurais cadastrados e oferece assistência técnica, mudas e insumos. Para isso, o Instituto mantém cerca de 60 viveiros de produção de mudas distribuídos por suas Unidades Regionais de Florestas e Biodiversidade (URFBio). “Nossa rede de parceiros, que inclui organizações privadas e públicas, é essencial para o ganho de escala na restauração florestal”, afirma Fernanda Teixeira.
Em sua apresentação, o gerente de Fomento e Recuperação Ambiental do IEF, Thiago Cavanelas Gelape, detalhou algumas das estratégias que o Instituto vem utilizando, inclusive tendo em vista o Programa de Regularização Ambiental (PRA), que é decorrente do Cadastrado Ambiental Rural (CAR). “O IEF está buscando mapear a cadeia da restauração que inclui todas as organizações, que lidam de alguma forma com restauração de paisagem, para otimizar os esforços”, explicou.
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Thiago Gelape destacou as estratégias adotadas pelo IEF na restauração de paisagens
Outro projeto apresentado pelo IEF foi o de corredores ecológicos, que é um mecanismo que permite a promoção da gestão territorial. O gerente de Planejamento da Conservação de Ecossistemas do IEF, Leonardo Diniz Reis Silva, explica que o Corredor que o Estado já possui, que é o Sossego-Caratinga, foi criado em 2016 para ampliar a população de Muriquis-do-Norte.
Diniz observa que estão em curso a criação de outros três corredores, além de um Anteprojeto de uma Política Estadual de Corredores Ecológicos. “Estão em vias de criação os Corredores Ecológicos do Monumento Natural Serra da Moeda e da Estação Ecológica de Aredes, do Espinhaço Norte, além do Tijuco e Pau Furado, que ligaria as unidades de conservação estaduais do Triângulo Mineiro”, explica.
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Leonardo Diniz apresentou o projeto de Corredores Ecológicos que o IEF desenvolve em MG
Interior
As ações realizadas pelas unidades regionais, as URFBio, são parte essencial do trabalho de restauração realizado pelo IEF. São essas unidades que desenvolvem o contato direto com os produtores rurais, os incentivam a realizarem o cadastro, promovem Dias de Campo e realizam a tarefa de conseguir novos parceiros para a restauração e conservação ambiental.
A supervisora Regional do IEF no Nordeste de Minas, Janaína Mendonça, apresentou o projeto que vem desenvolvendo na região que possui uma das áreas mais ricas em Mata Atlântica no Estado. “Nossa região lidera o ranking do desmatamento e possui alguns dos menores IDHs (Índices de Desenvolvimento Humano) do Estado”, afirma.
Janaina Mendonça explica que os pilares para a ação no Nordeste passam por ações que incluem maior articulação dos diversos poderes públicos e da iniciativa privada. “Desde a criação do projeto, em 2016, já foram desenvolvidas ações em 17 municípios, com 330 produtores cadastrados e 500 hectares recuperados”, afirma.
O trabalho leva em conta as Bacias Hidrográfica dos rios Jequitinhonha e Mucuri e a Área de Proteção Ambiental Alto do Mucuri. “Uma parte importante é a atuação em conjunto com o Comitê de Bacia e, para o futuro, pretendemos expandir o trabalho para outros municípios”, afirma Janaina Mendonça.
Nos mesmos moldes é o trabalho desenvolvido na região Norte, que envolve criação de unidades de conservação, corredores ecológicos e identificação de áreas prioritárias para recarga hídrica. A bióloga e analista ambiental do IEF, Aneliza de Almeida Miranda Melo, afirma que a questão do recurso hídrico é prioritária para região.
“Além da questão socioeconômica, temos o enfoque na gestão participativa, envolvendo as comunidades na implementação das ações”, explica Aneliza Miranda. Atualmente, o Projeto “Águas do Sertão Mineiro” tem ações em cinco bacias hidrográficas: Verde Grande, Baixo Velhas, Pacuí, Rio Pardo e São Lamberto onde são realizadas ações de recuperação e conservação florestal de áreas.
Para a bióloga do IEF a participação das diferentes organizações é a chave do sucesso de empreitadas do tipo, especialmente das Associações de Produtores Rurais. Ampliar o número de comunidades é o objetivo para 2019, assim como inserir novas Bacias Hidrográficas.
Emerson Gomes
Ascom/Sisema