Em continuidade aos debates e trocas de experiência da COP 16 da Biodiversidade, em Cali, na Colômbia, o Instituto Estadual de Florestas (IEF) participou, na segunda-feira (28/10), de um painel organizado pela Associação Brasileira de Entidades Estaduais de Meio Ambiente (Abema), no Espaço Brasil.
O diretor-geral do IEF, Breno Lasmar, falou dos desafios e avanços de Minas durante o painel intitulado “Restauração de Ecossistemas – Uma Ação Integrada”, enfatizando as políticas públicas e o papel das parcerias na implementação de ações robustas e sustentáveis.
“Minas Gerais enfrenta desafios e oportunidades ampliados por suas dimensões territoriais, com uma área de aproximadamente 58 milhões de hectares e três biomas brasileiros reconhecidos”, afirmou Lasmar. Segundo o diretor-geral, cerca de 40% do território mineiro ainda preserva vegetação nativa, mas o estado possui um desafio adicional relacionado ao Cadastro Ambiental Rural (CAR), com uma ampla representatividade de pequenos proprietários rurais, o que traz implicações específicas para a preservação e a restauração ambiental.
Durante o painel, Lasmar apresentou o programa “Para Produzir Sustentável”, iniciativa que envolve restauração de ecossistemas e fortalecimento de cadeias produtivas locais, com foco na geração de emprego e renda e no incentivo ao desenvolvimento sustentável. “Esse programa integra ações de restauração ambiental e incentivos econômicos, como o Pagamento por Serviços Ambientais (PSA), para atrair proprietários rurais a atividades sustentáveis, ” explicou.
O diretor destacou ainda os corredores ecológicos do estado, como a área de extrema relevância para a conservação do Muriqui, em Caratinga, e a importância de projetos integrados de restauração, que incluem áreas de preservação e fomento à pesquisa para a reintrodução de espécies ameaçadas.
“Precisamos de parcerias entre estados, municípios, setor público e privado. Sem essas alianças, alcançar nossas metas será inviável. Minas Gerais vem trabalhando intensamente para somar novas estratégias e compromissos a cada desafio assumido,” acrescentou.
Ele também compartilhou que o programa de restauração da Mata Atlântica mineira já alcançou o plantio de 1.470.000 mudas de um total de 7 milhões previstas para o estado, dentro do compromisso de restauração de 100 milhões de mudas no bioma, meta pactuada pelo Consórcio de Integração Sul e Sudeste(Cosud).
O painel também contou com a participação de renomados especialistas e gestores da área ambiental, incluindo Hugo Fernandes, professor da UECE e pesquisador da SEMACE; Diana Castro, assessora técnica em Gestão do Meio Ambiente; Rafael Andreguetto, diretor de políticas ambientais (Sedest/PA); Silvia Marie Ikemoto, subsecretária de mudança do clima e biodiversidade (SEAS/RJ); Juliana Santiago Ortega, coordenadora da Unidade de Gestão de Projetos e Programa de Nascentes; Rubens de Miranda Benini, coordenador-geral do Pacto pela Recuperação da Mata Atlântica e diretor de Florestas e Restauração da TNC Brasil; Taruhim M.C. Quadros, analista de recuperação da WWF Brasil; e Thais de Assis Volpi, gerente de biodiversidade e biotecnologia do SEAMA/ES, que moderou o debate.
COP16 da Biodiversidade
A Conferência das Partes da CDB é realizada a cada dois anos e é o principal fórum internacional para discutir cooperação na conservação e uso sustentável da biodiversidade. O Pavilhão Brasil, na COP16, está promovendo 35 eventos de 21 a 31 de outubro, todos com transmissão ao vivo pelo canal do MMA. As atividades incluem discussões, apresentações, workshops e lançamento de políticas públicas e iniciativas de diversos setores, incluindo o governo federal, organizações da sociedade civil e setor privado.
A participação do IEF na COP16 reflete o compromisso de Minas Gerais em fortalecer políticas de conservação e promover o desenvolvimento sustentável, servindo de exemplo e inspiração para outros estados e países.
Ascom/Sisema