Foto: Divulgação/PMMAmb
Durante a ação realizada no PERD também foram encontradas armas de fogo que estariam sendo utilizadas para prática de crime ambiental
Com a visitação suspensa em todas as unidades de conservação administradas pelo Instituto Estadual de Florestas (IEF) decretada desde março como medida preventiva à disseminação do Coronavírus no Estado, as equipes responsáveis pelas áreas de proteção seguem atuando na manutenção e fiscalização preventiva para coibir infrações nas reservas ambientais mineiras. Vistorias, patrulhamentos, limpeza e cercamento de pontos de visitação são algumas das ações promovidas pelo IEF nos parques estaduais durante este período.
Exemplo dessas medidas pôde ser observado no Parque Estadual do Rio Doce, no Vale do Aço, unidade de conservação que promoveu na última semana uma série de fiscalizações preventivas em seu interior. Foram fiscalizadas as trilhas que levam até as lagoas do Gambá, Caixote e São José. A ação foi realizada por servidores do parque, com apoio da Polícia Militar de Meio Ambiente (PMMAmb), e teve o objetivo de coibir a pesca ilegal e reduzir os impactos ambientais no local.
Os servidores percorreram as trilhas em busca de materiais que indicassem vestígios da prática de crime. Além disso, margearam as lagoas do parque para recolher o material encontrado e assim evitar novas infrações. Durante as vistorias foram apreendidos: duas caixas de isopor; três caniços de vara de bambu; quatro peneiras usadas para capturas de camarão, que servem como iscas; três cestas pulsar usadas para conservar camarões e peixes. Nas lagoas Central e São José, o pelotão da PMMAmb também encontrou armas de fogo que estariam sendo utilizadas para prática de crime ambiental.
De acordo com o gerente do PERD, Vinícius Moreira, o trabalho é essencial para a biodiversidade do parque, que é a maior reserva de Mata Atlântica do Estado. “Inicialmente, fizemos um mapeamento das chamadas zonas quentes, ou seja, aquelas áreas onde há maior incidência de focos de atividades ilícitas. Dessa forma pudemos planejar ações estratégicas, em diferentes e alternados horários”, explicou.
A equipe do parque realiza esse tipo de fiscalização rotineiramente , seja para coibir infrações ambientais, como para prevenir e combater incêndios florestais. Nesse momento, no entanto, de suspensão de visitas nas UCs, em razão da pandemia, o trabalho é ainda mais importante. “Várias fiscalizações preventivas com intuito de inibir possíveis pescadores e caçadores ilegais nas margens do Rio Doce e Ribeirão Mombaça, áreas pertencentes à unidade de conservação, são realizadas com frequência”, completou o gerente.
Para o 2º Tenente, Vicente Gonçalves dos Santos Filho, do 2º Pelotão da 12ª Cia PM de Meio Ambiente, que possui uma fração da Polícia Militar sediada no PE do Rio Doce, os principais desafios encontrados pela PMMG são o combate à caça e à pesca predatória e, na zona de amortecimento da Unidade de Conservação, a expansão urbana também tem se mostrado fator preocupante. “Nesse sentido, a PMMG cada vez mais tem investido em tecnologias e em um policiamento inteligente, voltado para a solução dos problemas. Hoje contamos com apoio de drones, viaturas 4x4, digitalização da rede rádio e um monitoramento contínuo cada vez mais com apoio de ferramentas tecnológicas”, disse.
A atuação dos militares no interior do Parque e em sua zona de amortecimento está direcionada para a realização de incursões a pé, patrulhamento motorizado, patrulhamento embarcado e campanas.
Prevenção
Na Área de Proteção Ambiental (APA) São José, Região Central do Estado, a fiscalização e o monitoramento são realizados ao mesmo tempo em que ocorrem as atividades de manutenção. “Monitoramos a presença de animais (gados e cavalos) e percorremos os caminhos, trilhas e acessos da APA verificando a necessidade de manutenção; realizamos também a abordagem de visitantes que, mesmo com a proibição de acesso, são identificados nos limites da reserva para orientação e esclarecimentos”, explica o gerente da unidade de conservação, Itamar Cristófaro Silva.
Foto: Evandro Rodney
Na APA Serra de São José, a fiscalização e o monitoramento são realizados ao mesmo tempo em que ocorrem as atividades de manutenção
As atividades são realizadas pelos guardas-parque e incluem também fiscalização quanto ao uso do fogo, retirada de plantas e ocupações irregulares. “Felizmente, estes problemas não têm se apresentado até o momento, ainda assim seguiremos monitorando”, garante o gerente.
Já em Cordisburgo, no Monumento Natural Estadual Peter Lund, foi priorizada a limpeza dos aceiros, que são as faixas de terra entre a vegetação natural que previne que o fogo se propague. “Os aceiros estão prontos e limpos, juntamente com as outras ações de educação ambiental junto às comunidades do entorno da unidade de conservação, o que é feito durante todo o ano, mas intensificado nos meses mais frios do ano, já que é a época mais seca do ano e é necessária uma atenção especial para evitar os incêndios florestais”, explica o gerente da unidade de conservação, Mário Lúcio de Oliveira.
Atualmente, o trabalho está concentrado na limpeza dos jardins próximos ao Centro Administrativo a nas trilhas de acesso à unidade de conservação, como o antigo caminho de acesso. “Mesmo com a visitação suspensa em função da pandemia provocada pelo Coronavírus, os funcionários da unidade de conservação executam as ações utilizando máscaras e álcool gel”, explica Mário Lúcio de Oliveira.
O Monumento Natural Peter Lund e o Parque Estadual do Rio Doce são duas das 21 unidades de conservação incluídas do Programa de Concessão em Parques Estaduais (PARC), lançado pelo Governo de Minas Gerais em 2019. O trabalho irá contribuir para a inovação na gestão das áreas protegidas no Estado de Minas Gerais, atraindo investimentos, gerando empregos e ampliando os recursos humanos e financeiros a serem empregados na conservação ambiental.
Wilma Gomes, Emerson Gomes e Edwaldo Cabidelli
Ascom/Sisema