Arquivo Sisema
Produção de mudas é destinada a programas de restauração de áreas rm todo o Estado
O Instituto Estadual de Florestas (IEF) mantém as atividades em seus viveiros de produção de mudas e sementes. O trabalho é destinado às ações de restauração de áreas degradadas em todo o Estado e garante a continuidade desta ação mesmo durante a pandemia da Covid-19, que exige isolamento social e cuidados redobrados com a execução das atividades.
As mudas e sementes produzidas nos 50 viveiros, administrados pelo Instituto e distribuídos por Minas Gerais, são destinadas aos trabalhos de fomento ambiental desenvolvidos no Estado. No total, os viveiros têm capacidade instalada para produzir, anualmente, cerca de 5 milhões de mudas de espécie nativas e aproximadamente a mesma quantidade de mudas de eucalipto.
Diretor-geral do IEF, Antônio Malard destaca a importância da continuidade do trabalho nos viveiros florestais, mesmo durante a pandemia, tendo em vista o relevante papel dessas unidades na cadeia da restauração do Estado. “Além de prestar o serviço de doação de mudas, eles permitem a interação e divulgação de ações ambientais para a comunidade, abrangendo, ações de educação ambiental, capacitação para beneficiamento de sementes, produção de mudas e orientações de plantio, inclusive por meio de semeadura direta”, explica Malard, lembrando que todos os cuidados em relação ao coronavírus estão sendo adotados.
A mudas produzidas nos viveiros são utilizadas nos programas de fomento desenvolvido pelo próprio IEF ou doadas para execução do fomento por outras entidades. A diretora de Conservação e Recuperação de Ecossistemas do IEF, Daniela Souza, explica que existem três modalidades de fomento florestal praticadas pelo IEF: o ambiental, o socioambiental e o social. “O fomento ambiental promove, por meio de metodologias, recursos e ações, a recuperação ou a restauração da vegetação nativa em áreas alteradas ou degradadas, com foco na geração de serviços ecossistêmicos e na proteção da biodiversidade”, afirma.
“Já o socioambiental busca a recuperação da vegetação nativa ou o reflorestamento produzindo ambientes que conciliam interesses conservacionistas e de uso econômico”, observa Daniela Souza. A modalidade pode ser realizada em áreas de Reserva Legal e de Preservação Permanente e possui como foco a conservação dos recursos naturais, a geração de renda e a segurança alimentar e nutricional. Como exemplo pode ser citada a implantação de sistemas agroflorestais.
O terceiro modelo é o fomento social que tem o objetivo de promover, por meio de métodos, recursos e ações o reflorestamento com potencial econômico, visando a ampliação de renda no meio rural, sendo o eucalipto a principal espécie utilizada.
PARCERIAS
O IEF mantém parcerias com atores diversos para manutenção de atividades nos viveiros florestais. Essas parcerias são mantidas com municípios, organizações não governamentais e setor produtivo.
Um exemplo dessas parcerias é a produção de mudas que o IEF mantém no viveiro localizado no município de Chapada Gaúcha, na Região do Alto Médio São Francisco, com foco em áreas de restauração inseridas nos biomas Cerrado e Caatinga. Essa parceria alia produção de mudas às práticas de educação ambiental.
A Reserva Estadual de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Veredas do Acari, unidade de conservação localizada em Chapada Gaúcha, abriga o viveiro que produz mudas de árvores nativas e frutíferas. “A estrutura foi construída em parceria com o município, oportunidade em que a municipalidade entrou com os recursos para implantação e o IEF entrou com a parte de assistência e alguns materiais”, explica o técnico ambiental da agência avançada do Instituto no município, Paulo Henrique Vieira Gomes.
Uma das prioridades para a implantação do viveiro é a produção de mudas para os programas de recuperação de áreas degradas na região. Já as espécies frutíferas, especialmente do Cerrado, são destinadas para as comunidades rurais, distritos e Cooperativas com o objetivo de promover a geração de renda.
A parceria tem dado resultados e o viveiro já funciona há 2 anos. Já foram produzidas 20.126 mudas de espécies frutíferas e nativas da região que foram entregues à população em eventos, palestras, feiras nas cidades da região, além dos trabalhos de recuperação ambiental desenvolvidos pelo IEF.
“A produção e cuidados com as mudas já em desenvolvimento seguem firmes mesmo em época de Pandemia, momento difícil que todos nós estamos passando, mas precisamos adequar a situação, tomando os cuidados e seguindo as orientações dos órgãos de saúde”, observa Paulo Henrique Gomes.
A implantação desse viveiro surgiu da necessidade de otimizar a logística de distribuição de mudas na região, uma das maiores do estado. Anteriormente, as mudas eram trazidas de Januária para serem doadas aos cidadãos do município, inscritos nos programas de fomento do IEF. A opção de instalação no interior Reserva Veredas do Acari foi feita considerando que a unidade de conservação já possuía água encanada e a área já estava cercada. A área utilizada é de 100 metros², com uma área coberta de 22x24m², além do espaço para adaptação das mudas antes de serem doadas.
O próximo passo será a instalação de um sistema de irrigação que permitirá a diminuição do tempo gasto para molhar as mudas. Atualmente, isso é realizado com regadores, o que demanda muito tempo e mão de obra, o que é prejudicial, especialmente no período crítico de combate aos incêndios florestais no qual a equipe fica designada ao combate ao fogo.
O supervisor da Unidade Regional de Florestas e Biodiversidade (URFBio) Alto Médio São Francisco do IEF, Mario Lúcio dos Santos, explica que existem outros sete viveiros na região. Três viveiros são mantidos pelo próprio IEF e estão localizados nas cidades de Januária, Jaíba e Brasília de Minas. Outros três são mantidos em parceria com municípios, seguindo o modelo implantado em Chapada Gaúcha. Eles estão localizados nas cidades de São João da Ponte, Januária e Juvenília.
Emerson Gomes
Ascom/Sisema