Foto: Divulgação/IEF
Monitoramento é feito pela Câmara Técnica de Conservação e Biodiversidade, da qual o IEF faz parte, e visa subsidiar as decisões dos órgãos públicos para a reparação da biodiversidade local
Dados do monitoramento da fauna e da flora na bacia do Rio Doce, após o rompimento da barragem de Fundão, em Mariana, foram apresentados, nesta quinta-feira (30), no Workshop Campanha Seca 2023, realizado pela Fundação Renova e Ello Ambiental. O impacto da tragédia no ecossistema é acompanhado pelo Instituto Estadual de Florestas (IEF), por meio da Câmara Técnica de Conservação e Biodiversidade (CT-BIO), que avalia as informações apresentadas pelas empresas, responsáveis pela recuperação ambiental, a fim de subsidiar as decisões dos órgãos públicos para a reparação da biodiversidade local.
O evento envolve o IEF, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Instituto Chico Mendes de Conservação à Biodiversidade (ICMBio) e Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema) do Espírito Santo, com o objetivo de diagnosticar e monitorar os danos ambientais provenientes do rompimento da barragem.
Por meio da apresentação dos dados coletados, a CT-BIO, do qual o IEF faz parte, pôde avaliar se os serviços de ecossistemas estão sendo retomados e se os processos ecológicos, executados por aves, insetos e mamíferos, estão sendo estabelecidos. Para isso, nos estudos de monitoramento, são verificadas se há a dispersão de sementes pelas espécies de aves e morcegos, e observado pregação de frutos artificiais e a polinização por abelhas.
Os dados são apresentados pelas empresas de forma periódica. “A Câmara de Conservação e Biodiversidade envolve, além do IEF, outros órgãos, pesquisadores e população atingida. Esse acompanhamento é feito periodicamente, sendo que o IEF acompanha mensalmente as ações de reparação do Rio Doce e os workshops são semestrais”, explica a analista ambiental, da Diretoria de Proteção à Fauna do IEF, Janaína Aguiar.
Relatório
O monitoramento visa responder 16 perguntas sobre o impacto do rompimento da barragem na fauna e na flora da bacia do Rio Doce, como a que se refere à magnitude e à abrangência espacial e temporal dos impactos; e aquela que se refere à presença da mancha de rejeitos nas margens dos cursos d'água e o impacto dela na composição e estrutura da comunidade de pequenos mamíferos.
“Com as respostas a essas perguntas, avaliamos os resultados e, posteriormente, é feito um relatório com as conclusões”, explica Janaína.
Comitê Interfederativo
A Câmara Técnica de Conservação e Biodiversidade (CT-BIO) faz parte do Comitê Interfederativo (CIF), que foi criado em resposta ao rompimento da barragem de Fundão, da mineradora Samarco, em 5 de novembro de 2015, em Mariana. O objetivo do comitê é orientar e validar os atos da Fundação Renova, instituída pela Samarco e suas acionistas, Vale e BHP Billiton, para gerir e executar as medidas de recuperação dos danos resultantes da tragédia. O CIF é presidido pelo Ibama e composto por representantes da União, dos governos de Minas Gerais e do Espírito Santo, dos municípios impactados, das pessoas atingidas, da Defensoria Pública e do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Doce.
Luciane Evans
Ascom/Sisema