A 22ª Romaria Ecológica Diocesana, parte das comemorações dos 71 anos do Parque Estadual do Rio Doce (PERD), será no próximo sábado (11/7). A tradicional festa é marcada por cavalgada que parte das cidades de Dionísio, Marliéria e Timóteo, com um percurso de até 40 quilômetros até o parque.
Na reserva ambiental, os tropeiros se encontram para celebração da missa em homenagem ao bispo Dom Helvécio, fundador da Unidade de Conservação. A romaria relembra o ato de Dom Helvécio que levava, a cavalo, a imagem da protetora do PERD, Nossa Senhora da Saúde, pela estrada de Marliéria até o parque.
Segundo a bióloga Mirlaine Soares de Barros, coordenadora de Pesquisas Científicas do parque, o objetivo é manter viva a tradição e repassar para atual geração o esforço de Dom Helvécio para a criação do parque e envolver a comunidade na proteção de uma das maiores áreas contínuas de Mata Atlântica. A celebração diocesana mobiliza as comunidades do entorno do parque e são esperadas mais de 2 mil pessoas, 600 só na cavalgada.
José Geraldo Torres, comerciante em Timóteo, participa todo ano da Romaria Ecológica. Entusiasta das cavalgadas, ele conta que ir até o parque a cavalo é como um “retorno às raízes”. “É um momento que nos leva a prestar mais atenção na natureza, além da confraternização com amigos”, afirma.
Durante o percurso, com duração de cerca de 6 horas, os cavaleiros têm pontos de parada para descanso, onde são servidos tropeiro, água, café e refrigerante. Além da romaria, a programação dos 71 anos do PERD inclui feira de artesanato e produtos típicos da região e apresentações musicais.
Crédito: Evandro Rodney
História
O Parque Estadual do Rio Doce foi criado no dia 14 de julho de 1944 em função da presença do ecossistema Mata Atlântica e de sua rica biodiversidade, apresentando várias espécies ameaçadas de extinção, como o jacaré do papo amarelo, onça pintada, mono-carvoeiro e o mutum do sudeste.
Na década de 30, o bispo de Mariana, Dom Helvécio Gomes de Oliveira, preocupado com a grande exploração da floresta pelas empresas siderúrgicas, registrou no livro de tombos da Arquidiocese de Mariana a área do parque com o objetivo de preservá-la.
O parque é reconhecido como Reserva da Biosfera pela UNESCO, possuindo a maior reserva genética de Mata Atlântica do estado. Possui área de aproximadamente 36 mil hectares de Mata Atlântica contínua, intercalados por um conjunto de aproximadamente 40 lagoas, sendo considerado o terceiro maior complexo lacustre do país.
Agência Minas