Organizado pelo Instituto Estadual de Florestas – IEF, Regional Ubá, pela Comissão Interinstitucional de Educação Ambiental da Zona da Mata - CIEA MG – ZM, Polo de Juiz de Fora e pela Prefeitura Municipal de Juiz de Fora, o XIX Fórum Regional de Educação Ambiental – ForEA teve como tema central “Inclusão e Sustentabilidade na Bacia dos Rios Preto e Paraibuna”. O evento aconteceu nos dias 2 e 3 de dezembro.
Na abertura oficial do evento aconteceu a reunião de gestores e o ciclo de palestras com os temas, Relações Étnico-raciais, Casa Sustentável, Crise Hídrica e Gestão Descentralizada e Participativa dos Recursos Hídricos, com apresentação da experiência do Comitê de Bacia Hidrográfica (CBH) Preto e Paraibuna. No segundo dia os participantes tiveram a oportunidade de participar, dentre as 20 opções oferecidas, das oficinas disponíveis nos períodos da manhã e da tarde.
Crédito: Divulgação IEF
Abertura oficial do XIX ForEa
Betty Giovanonni, presidente da CIEA – ZM, abriu o evento falando do crescimento do Fórum desde sua primeira edição, em 2006. “Começamos focados em problemas locais, no envolvimento de 10 municípios, hoje já abrangemos 146 municípios em toda a Zona da Mata. Viver a educação ambiental é o que cada cidadão pode fazer no seu dia a dia”, ressaltou Betty.
O promotor de meio ambiente de Juiz de Fora, Alex Santiago, destacou que “a educação ambiental alivia muito os problemas enfrentados diariamente pelo Ministério Público”.
O prefeito de Juiz de Fora, Bruno Siqueira, falou da importância da mudança de hábitos e desejou que “o Fórum seja um espaço para implementação de ações que fortaleçam a preservação ambiental”.
“O último ForEA da Zona da Mata, edição 2015, superou as expectativas com a presença de um grande público. Pude notar a mudança de paradigmas por parte de algumas instituições, que passaram a entender a educação ambiental como fundamental no processo de conscientização da sociedade. Os frutos serão colhidos daqui a 30 ou 40 anos, mas os trabalhos para isso já começaram”, concluiu a analista ambiental do IEF e coordenadora do Polo CIEA ZM de Juiz de Fora, Renata Meirelles.
Representando o secretário de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Sávio Souza Cruz, o superintendente Regional de Regularização Ambiental da Zona da Mata, Alberto Felix Iasbik, destacou que “precisamos expandir o ForEA para as demais regiões do Estado. Esse é um espaço importante para discussão das questões ambientais regionais e para incentivar a mudança de atitudes no dia a dia, além da oportunidade de reunir gestores para troca de experiências”.
Reunião de Gestores
Após a abertura, reuniram-se, para discutir ações e experiências locais sobre meio ambiente, representantes de prefeituras, do IEF, do Instituto Mineiro de Gestão das Águas – Igam, Supram Zona da Mata, UFJF, PMMG e Superintendência Regional de Ensino
Foram destaques nessa reunião a importância da conscientização da sociedade, abordada pelo vice-prefeito de Juiz de Fora, Sérgio Rodrigues, e pelo analista ambiental do Igam, Eduardo Araújo, que complementou que “a importância da Educação Ambiental nas escolas e universidades é um conceito que precisa ser incorporado”. A crise hídrica, tema apresentado pelo secretário Municipal de Meio Ambiente de Juiz de Fora, Luiz Cláudio Pinto, foi discutida com viés urbano e rural, por meio de exemplos de trabalhos ligados à agroecologia, desenvolvidos pela UFJF sobre preservação de nascentes e áreas de recarga hídrica.
Desta reunião surgiram propostas para capacitações de técnicos e professores sobre educação ambiental e boas práticas de preservação do meio ambiente.
Ciclo de Palestras
O professor e Pró-reitor de extensão da UFJF, Leonardo Carneiro, juntamente com a professora do Colégio de Aplicação João XXIII, Carolina Bezerra, falaram das Relações Étnico-raciais no Ambiente Escolar. Carolina mostrou o histórico do racismo no Brasil e deu exemplos de como se trabalhar o tema nas escolas.
Para o professor Leonardo Carneiro, “o conhecimento popular é tão importante quanto o saber acadêmico”. Carneiro desenvolve trabalhos com comunidades Quilombolas na região.
Técnicas de construção e alternativas de produção de energia e economia de água foram explicadas pelo engenheiro e professor da UFJF, Cezar Barra. “Coletar água da chuva, produzir energia solar e outras técnicas sustentáveis, que podem ser utilizadas na construção civil, além de benefícios ambientais trazem economia”, explicou o professor, que é membro da CIEA Zona da Mata desde sua criação, em 2006.
A Crise Hídrica e a Gestão Descentralizada dos Recursos Hídricos, com a experiência do CBH Preto e Paraibuna foi um tema apresentado pelo analista ambiental e coordenador do núcleo do Igam em Juiz de Fora, Eduardo Araújo e pelo presidente do CBH Preto e Paraibuna, Matheus Machado Cremonese.
Eduardo começou apresentando o Plano de Energia e Mudanças Climáticas, desenvolvido pela Fundação Estadual do Meio Ambiente – Feam, que prevê ações de 2015 a 2030.
“Vivemos um período em que temos que lidar com as conseqüências da gestão da água e seu consumo pela sociedade, indústria e agricultura, além de seus diversos usos”, explicou Araújo.
Matheus Cremonese apresentou a estrutura do comitê de bacia, a função e os instrumentos de gestão utilizados. “É fundamental o envolvimento da sociedade na gestão dos recursos hídricos, o comitê é um caminho para que, efetivamente, haja a gestão descentralizada e participativa”, concluiu Cremonese.
Oficinas
As oficinas realizadas no segundo dia de evento foram realizadas no Campus da UFJP, uma no Centro e uma no viveiro do IEF, sobre produção de mudas de plantas medicinais e aromáticas.
Os temas das oficinas foram diversificados, com abordagens sobre educação lúdica, alimentação, compostagem, reaproveitamento de materiais, fauna silvestre, produção e conservação de água, entre outros.
Crédito: Divulgação IEF
Participantes durante oficina oferecida durante ForEa
A professora Ângela Maria Atademo, de Guarará, participou de todo o evento e destacou que “o aprendizado foi enriquecedor, agora é levar os conhecimentos adquiridos para a sala de aula e conscientizar os alunos para ações de preservação”.
Paulo Alvino, professor de uma escola estadual em Juiz de Fora, disse que “pretende levar o aprendizado para sua escola. Fiquei inspirado a fazer uma pequena horta com os alunos depois da oficina de Produção de Mudas Medicinais e Aromáticas, aliás, o Fórum foi bastante inspirador”, concluiu Alvino.
ForEA Mirim
O ForEA Mirim acontece paralelamente ao Fórum e é voltado para o público infantil e, neste evento, contou com apresentação do Teatro de Bonecos Turma do Foguinho, um trabalho desenvolvido por uma equipe do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais, além da apresentação dos palhaços da Trupe Angu Doce.
Foram feitas duas apresentações, uma no Caic Santa Cruz, com cerca de 400 crianças e outra no Colégio Granbery, com outros 200 alunos do Colégio e de escolas públicas municipais e estaduais de Juiz de Fora.
Crédito: Divulgação IEF
Apresentação da Turma do Foguinho do Corpo de Bombeiros de MG
“Não conhecia esse trabalho do Corpo de Bombeiros. É impressionante como integram os alunos no aprendizado das questões ambientais”, disse a professora do Granbery, Antônia Márcia Lemos.
Lucas Romano, de 12 anos, aluno do Instituto Estadual de Educação, participou da apresentação no Granbery. “Se o homem não parar de queimar as florestas vai acabar com o próprio alimento” concluiu o jovem.
“Cuidar da natureza e não fazer queimadas” foi o que mais marcou a aluna da Escola Municipal Gerônimo Tavares, Marina Honori, de 10 anos.
O Teatro do Foguinho foi criado há oito anos pelo Major Santiago, do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais. “Surgiu como um diferencial para promover a aproximação com as crianças e transmitir o conhecimento sobre a preservação ambiental, queimas, fauna e diversos assuntos ligados à educação ambiental”, explicou o militar.
A turma do Foguinho participa do ForEA desde 2009. Além da participação nos Fóruns o trabalho é apresentado em escolas de diversas regiões.
O ForEA, um projeto contínuo e terá outras edições em 2016. Os municípios que quiserem sediar o evento podem se candidatar junto aos polos da CIEA Zona da Mata.
Renata Fernandes
Ascom/Sisema