Fotos: Arquivo Núcleo Ambientação
Abrigo localizado no prédio Minas para onde parte dos resíduos descartados na CAMG são levados.
Você já se perguntou para onde vai o resíduo reciclável da Cidade Administrativa? Todo o material recolhido nos coletores da sede do Governo de Minas é doado a organizações de catadores de materiais recicláveis da Região Metropolitana de Belo Horizonte. A doação de resíduos recicláveis gerados na CAMG complementa ou é a única fonte de renda dos catadores. O problema é que nem todo o resíduo gerado é descartado corretamente.
Levantamento realizado pelo Núcleo Ambientação, da Feam, mostra que, junto ao material reciclável recolhido nos coletores, cerca de 46% não podem ser comercializados porque estão sujos, o que levou o Núcleo a promover uma campanha para sensibilizar os servidores.
As primeiras ações da campanha foram realizadas em duas frentes. A primeira foi o comunicado no boletim eletrônico CA Entre Nós, da Secretaria de Planejamento e Gestão (Seplag), com mensagem de sensibilização sobre o descarte correto de resíduos, voltada para os servidores. Outra iniciativa que teve início nesta sexta-feira, 21 de dezembro, é a veiculação de peças publicitárias no display dos telefones das estações de trabalho da CAMG, também com mensagens orientativas.
Uma outra ação terá início em fevereiro de 2019 e consiste em permitir que os servidores da Cidade Administrativa possam visitar, de forma voluntária, os abrigos localizados nos subsolos dos prédios do complexo da Cidade Administrativa, para onde vão os resíduos descartados nos trios coletores. A medida tem o objetivo de mostrar a importância da coleta de resíduos e ainda de esclarecer aos servidores como ela funciona.
Também é um convite para que o servidor tenha maior participação em todo o processo e fique atento ao descarte correto em seus departamentos. Uma boa dica é prestar atenção nos restos de alimentos sólidos ou líquidos, para que eles não se misturem a outros com potencial de reciclagem.
A ideia de criar a campanha surgiu após visitas realizadas pelo Núcleo Ambientação, durante o ano de 2018, a organizações de catadores da Região Metropolitana de Belo Horizonte que recebem os resíduos produzidos na Cidade Administrativa.
Nos depoimentos colhidos pela equipe que foi a campo foi possível constatar que é grande a quantidade de sujeira junto a materiais potencialmente recicláveis, o que os torna impróprios para a comercialização. A partir dos relatos, o Núcleo realizou um levantamento para avaliar o perfil dos resíduos com potencial de reciclagem descartados pelos servidores na CAMG. Durante uma semana, foram coletadas amostras de resíduos recicláveis de um dos prédios da CAMG e foi constatada a presença de 46% de sujeira junto aos materiais recicláveis.
O resultado da pesquisa revela um problema nas etapas seguintes do processo de reciclagem. Isso porque, quando o servidor realiza o descarte de resíduos de forma inadequada, além de prejudicar o trabalho dos catadores, ele acaba gerando prejuízo às organizações de catadores. Isso porque, essas organizações precisam arcar com o custeio do transporte de um material que, misturado, nem sempre pode ser reaproveitado.
Para a coordenadora do Núcleo Ambientação, Fabiana Santos, é necessário haver uma mudança de comportamento. “Precisamos promover um outro olhar do servidor para o descarte de resíduos na CAMG. A tarefa do Ambientação é levar conhecimento, sensibilizar e mobilizar os servidores para a segregação correta dos resíduos nas estações de trabalho e em todos os demais espaços da administração pública”, disse.
Casca de banana sendo descartada incorretamente em coletor de recicláveis.
Vale lembrar que o coletor azul deve ser usado para o descarte de papel, enquanto o verde, para outros materiais recicláveis. Já o cinza deve receber resíduos não recicláveis.
“O Núcleo Ambientação, bem como a Seplag, que gerencia os resíduos na CAMG, contam com todos os servidores para tornar esse espaço um local cada vez mais responsável e comprometido com o descarte adequado de resíduos e com o meio ambiente. O próximo passo, que já tem sido discutido com a Seplag, é o aproveitamento dos resíduos orgânicos para transformação em adubo a serem utilizados nos jardins da CAMG”, afirma Fabiana Santos.
Lucas Nicacio
Ascom/Sisema