O Centro Mineiro de Referências em Resíduos (CMRR) sedia, nos dias 21, 22 e 23 de setembro, o 3º Seminário Internacional Rotas Tecnológicas da Reciclagem. A abertura do evento aconteceu nessa segunda-feira (21/09), às 9h, com a animação da equipe do Parangolé. O evento contou com a participação de convidados da África do Sul, Filipinas, Estados Unidos e França, entre outros.
Na oportunidade, o presidente da Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam), Diogo Franco Melo, agradeceu aos participantes e falou da importância do trabalho dos representantes e catadores de material reciclável.
Na primeira conferência do Seminário, os temas apresentados foram: “As mudanças climáticas e suas implicações para o equilíbrio do planeta - caminhos, soluções e desafios para uma governança global” e “Desafios e soluções para uma governança”.
O assessor internacional da embaixada da França e Conselheiro do Clima e Desenvolvimento Sustentável, Laurent Durieux, afirmou que a influência do homem está bem clara nesse processo, embora antes contestado por alguns cientistas. Ele explicou que o Brasil também está sendo afetado com temperaturas altas, tempestades e outros eventos climáticos. Numa referência sobre o acordo climático em Paris, a COP 21, ele salientou que “2015 é o momento de decidirmos qual o mundo que queremos”.
Em seguida, a assessora do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), Ivone Alves de Oliveira Lopes, apresentou um estudo sobre Cidades Sustentáveis, que seriam cidades inclusivas, com qualidade de vida, reconciliação entre o homem e a natureza, com os recursos essenciais, pegada ecológica neutra ou positiva, entre outras.
A assessora observou que “temos a agenda verde centrada na pegada ecológica, do século XXI”. Ela enfatizou, ainda, que a agenda marrom é a do século XX, dos países em desenvolvimento e que grande parte dos problemas de saneamento, resíduos sólidos e moradia no Brasil não foram resolvidos. Destacou, também, sobre a necessidade de uma produção mais inclusiva e consumo sustentável. Terminada as apresentações, a mesa foi aberta para os debates da primeira conferência.
Mesa Redonda
“Impactos das mudanças climáticas e estratégias de soluções sustentáveis no Brasil e em Minas Gerais” foi o tema da mesa redonda da qual participou o gerente de Energia e Mudanças Climáticas da Feam, Felipe Santos de Miranda Nunes.
“As mudanças climáticas já é uma realidade e seus impactos e custos já podem ser mensurados”, observou o gerente.
“Para o estado de Minas, também é esperado um aumento de temperatura. Estima-se que, desde 2008, eventos climáticos extremos como chuvas intensas e secas prolongadas tenham custado em torno de 12,8 bilhões de reais ao estado”, afirmou Felipe.
O gerente disse, ainda, que se nada for feito no sentido de minimizar esses impactos para a economia mineira, em decorrência das mudanças climáticas, “as estimativas de perdas ecológicas até 2050 podem alcançar R$ 450 bilhões”.
Plano de Energia e Mudanças Climáticas
O plano de Mudanças Climáticas em Minas Gerais (PEMC), para o período de 2015-2030 foi concluído em janeiro de 2015 lançado em janeiro e discutido num processo participativo. Foram feitas 10 oficinas regionais para articular o plano – 2015 a 20130.
O PEMC é o pontapé para que Minas reduza a vulnerabilidade às mudanças climáticas e articule as diferentes iniciativas já desenvolvidas, dentro de uma estratégia territorial integrada. As ações previstas no plano (nas áreas de Energia, Agricultura, Florestas e outros Usos do Solo, Transportes, Indústria e Resíduos) vão garantir uma redução de 17% a 20% das emissões dos gases de efeito estufa no Estado até 2030.
Segundo Felipe Nunes, “temos grandes desafios e também grandes oportunidades no que diz respeito à produção de energia no Estado”.
Rotas Tecnológicas
O 3º Seminário de Rotas tecnológicas é uma realização do Observatório da Reciclagem Inclusiva e Solidária (ORIS), Instituto Nenuca de Desenvolvimento Sustentável (INSEA) e Movimento Nacional dos Catadores de Material Reciclável (MNCR).
O evento tem como objetivo a construção de uma rota tecnológica de reciclagem popular , fundamentada em uma visão sistêmica de gestão de resíduos, capaz de promover a proteção da saúde pública e da qualidade ambiental, garantir menor custo operacional para os municípios e fomentar o incentivo à indústria da reciclagem, com a geração de renda para catadores no Brasil e no mundo. Visa, também, fomentar boas práticas e perspectivas de desenvolvimento na cadeia de reciclagem. O seminário apresenta resultados de projetos inovadores no Brasil e no mundo, que integram diversas soluções efetivas e multidisciplinares para a construção de uma sociedade mais justa e sustentável.
Ângela Almeida
Ascom/Sisema