A necessidade de entendimento e discussão dos desafios da geração de energia e a sustentabilidade, através de fatores como a equidade, meio ambiente, emprego, eficiência e democracia, foi defendida pelo Doutor da Universidade de São Paulo (USP), Célio Bermann, um dos expositores. De acordo com dados do professor, existem no Brasil 160 usinas hidrelétricas, sendo que 80 têm mais de 20 anos. Bermann chamou a atenção para o envelhecimento do parque elétrico brasileiro e a necessidade da redução das perdas na transmissão e distribuição de eletricidade. “O Brasil precisa de um programa severo de potencialização das usinas hidrelétricas com mais de 20 anos”, afirmou.
Outro fator apontado pelo professor como de fundamental importância foi a avaliação social que envolve os empreendimentos hidrelétricos. Segundo ele, cerca de 200 mil famílias, o que equivale a 1 milhão de pessoas, já foram deslocadas no Brasil para empreendimentos hidrelétricos. “Muitas vezes esses empreendimentos hidrelétricos não encontram uma forma adequada de garantir o futuro e a melhoria da qualidade de vida das pessoas afetadas”, avaliou. Essa opinião também foi compartilhada pelo sociólogo do Instituto Cultiva, Rudá Ricci, que considera o conflito entre os atores sociais o maior problema dos empreendimentos elétricos.
A secretária-executiva do Ministério de Minas e Energia (MME), Márcia Camargo, outra expositora do evento, defendeu que os licenciamentos não desconhecem os casos sociais. Segundo ela, a evolução ambiental e social dos impactos dos empreendimentos já é uma realidade no país. Ela defendeu também o aproveitamento da capacidade de geração elétrica através de fontes renováveis. Segundo Márcia Camargo, o governo federal incentiva a criação de energias alternativas. “O grande esforço deve ser olhar a vocação do país e introduzir as viabilidades sócio-ambientais”, defendeu.
A importância da discussão da matriz energética e a necessidade de investimentos na eficiência energética foram sustentadas pela diretora executiva da Associação Brasileira de Concessionárias de energia elétrica (ABCE), Sílvia Maria Calou. “Todas as fontes de energia, inclusive a hidrelétrica, são necessárias. É preciso discutir qual é o melhor caminho”, concluiu.
De acordo com o secretário de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, José Carlos Carvalho, o propósito desses encontros é estimular o debate conceitual para que os diferentes segmentos da sociedade possam manifestar sua opinião sobre os diversos temas tratados. Dentro do tema proposto, José Carlos Carvalho disse que o mundo vive uma crise civilizatória no século XXI, em razão dos modelos de produção e consumo da sociedade atual. “Os modelos de produção e consumo serão determinantes para discutir as demandas da sociedade. Mudar, criar novas alternativas, dar um passo à frente, devem ser nosso propósito nesses debates”, frisou
Data: 17/08/09
Fonte: Ascom Sisema
Bate-Papo no Sisema discute energia e sustentabilidade - FEAM
Bate-Papo no Sisema discute energia e sustentabilidade
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Criado: Sex, 17 ago 2007 22:28 | Atualizado: Ter, 27 ago 2024 17:56