Foto: Divulgação/Igam
Uma das ações para evitar os impactos das mudanças climáticas é economizar no consumo de água, segundo a Feam
Consumo consciente, uso de transporte público, redução no uso de água e energia elétrica e reuso de materiais. Esses são alguns exemplos de ações que podem ser desenvolvidas pela população de Minas Gerais para contribuir com a diminuição do impacto das mudanças climáticas e aumentar a qualidade de vida no planeta. Nesta segunda-feira (16/03), foi comemorado o Dia Nacional de Conscientização Sobre Mudanças Climáticas e a Fundação Estadual de Meio Ambiente (Feam) aproveita a data para orientar as pessoas sobre as atitudes que aumentam a resiliência das cidades em relação às mudanças do clima, além de destacar os programas e ferramentas que a entidade possui para agir frente à situação de emergência climática global.
De acordo com a coordenadora do Núcleo de Sustentabilidade, Energia e Mudanças Climáticas da Feam, Renata Muinhos Pereira, o Brasil ratificou, em 2016, o Acordo de Paris, por meio da Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC em inglês), em que firma o compromisso de redução de 37% das emissões de gases de efeito estufa (GEE) até 2025 e 43% até 2030, em relação aos níveis de 2005.
A mudança é necessária para frear o aquecimento global, que já provocou aumento na temperatura do planeta em 1°C acima dos níveis pré-industriais e que pode chegar a até 1,5°C de aumento, mantidas as taxas anuais, entre 2030 e 2052. “Apesar das emissões serem globais, o impacto das mudanças no clima é local, o que explica a importância de cada um fazer a sua parte para reverter esse quadro”, destaca Renata Pereira.
REDUÇÃO DO AQUECIMENTO GLOBAL
Em Minas, o poder público tem atuado para ajudar o Brasil a cumprir as metas do Acordo de Paris. A Feam tem cinco frentes de trabalho voltadas a apoiar os municípios e também para construir políticas públicas que aumentem a resiliência dos territórios.
Uma delas é a plataforma Clima Gerais é uma ferramenta de apoio aos municípios para o desenvolvimento de baixo carbono e sua adaptação territorial levando em conta os efeitos das mudanças climáticas. Na plataforma é possível obter desde informações básicas relativas aos conceitos de mudança do clima e vulnerabilidade territorial dos municípios, até boas práticas e fontes de financiamento. A ferramenta pode ser acessada pelo endereço http://clima-gerais.meioambiente.mg.gov.br/mudancas-climaticas-mg.
Já o Clima na Prática é outro exemplo de aproximação entre Governo de Minas e municípios para reduzir os efeitos causados pelas mudanças climáticas. A ferramenta busca auxiliar as cidades na elaboração de políticas públicas e ações estratégicas relacionadas à sustentabilidade e mudanças climáticas em diversos setores. A ferramenta estará disponível para download online por meio do http://clima-gerais.meioambiente.mg.gov.br em breve. Em 2019, cinco municípios receberam a capacitação. São eles Betim, Governador Valadares, Mariana, Sabará e Janaúba. Em 2020 está prevista a extensão dessa frente de ação a mais sete municípios, todos da Região Metropolitana de Belo Horizonte: Confins, Florestal, Esmeraldas, Itaguara, Mario Campos, Taquaraçu de Minas e Raposos.
Outras iniciativas da Feam que subsidiam os municípios na redução dos gases de efeito estufa são o Inventário de Emissões de Gases de Efeito Estufa, o índice de Vulnerabilidade Climática e o Mapa de Áreas Prioritárias, elaborado pelo Instituto Estadual de Florestas (IEF) em parceria com o Consórcio formado pelo WWF/Brasil, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e Fundação Biodiversitas.
O inventário é um estudo que tem o objetivo de estimar as emissões de gases de efeito estufa no Estado, fornecendo informações para elaboração de cenários de curto e médio prazos relativos às emissões de Gases de Efeito Estufa (GEEs). Juntamente com outros elementos de decisão, esses dados subsidiarão a proposição da Política Estadual de Mudanças Climáticas, em consonância com a Nacional e outras políticas públicas relacionadas. O prognóstico também serve para estimular a adoção de práticas e tecnologias mitigadoras das emissões dos referidos gases. “Esses dados são uma importante ferramenta de apoio a diversas finalidades, desde a gestão de riscos, aprimoramento regulatório, formulação de políticas públicas, participação em mercados de carbono até o estabelecimento de metas e compromissos”, afirma Renata Pereira.
Já o Índice de Vulnerabilidade Climática é o instrumento que aponta o grau de suscetibilidade de cada município de Minas Gerais aos efeitos adversos do clima. O índice é formado por três componentes principais: sensibilidade, exposição e capacidade de adaptação. A Feam ainda apoia o Mapa de Áreas Prioritárias, do IEF, que busca orientar as ações de conservação ou restauração que contribuam para a promoção da resiliência de ecossistemas e populações em lugares especialmente vulneráveis.
Foto: Feam/Divulgação
Oficina do Clima na Prática em Sabará: previsão é que sete municípios sejam contemplados com capacitações em 2020
PARTICIPAÇÃO DE TODOS
Se por um lado as ações do poder público são importantes, a atuação das pessoas faz toda a diferença para a reversão do quadro de mudanças climáticas. Segundo Renata, é importante promover um aumento no nível de disposição das pessoas para lidar com os esforços de mitigação necessários.
“As mudanças no comportamento de cada um quanto a consumo pessoal, energia, comida e transporte são necessárias para atingimento das metas firmadas e contenção do crescimento das emissões de gases do efeito estufa”, acrescenta a gestora da Feam. Entre ações da rotina de pessoas e empresas que podem contribuir muito para reverter uma situação de emergência climática, a Feam destaca alguns exemplos:
PESSOAS:
- Promova o consumo consciente e escolha produtos com baixo uso de carbono.
- Dê preferência ao transporte compartilhado em detrimento aos veículos privados.
- Reduza o consumo de energia diminuindo a temperatura do banho ou usando menos o elevador, por exemplo.
- Reduza o consumo de água.
- Prefira caminhadas ou use a bicicleta ao invés dos veículos motorizados.
- Incentive e mobilize os líderes para que promovam ações ousadas em relação ao clima o quanto antes.
- Apoie as empresas que protejam e restaurem a natureza.
- Repare, recicle, compartilhe e pegue emprestado.
- Não desperdice.
- Faça compostagem com restos de comida.
EMPRESAS:
- Invista no uso de energias renováveis.
- Reduza o desmatamento.
- Diminua viagens de avião para reuniões desnecessárias.
- Reduza a quantidade e impressões.
- Invista em eficiência energética nos processos produtivos e instalações.
- Promova e incentive a redução no uso de descartáveis.
- Reduza o consumo de água.
- Desenvolva atividades de conscientização junto aos funcionários.
Guilherme Paranaiba
Ascom/Sisema