Fórum discute o papel do solo para um planeta em mudança

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Criado: Ter, 09 jun 2015 18:55 | Atualizado: Ter, 27 ago 2024 17:56


O Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Sisema) promoveu, na manhã desta terça-feira (09/06), o Fórum “O papel do solo para um planeta em mudança”. A iniciativa faz parte da comemoração da Semana do Meio ambiente, organizada pela Fundação Estadual de Meio Ambiente (Feam) e objetiva discutir o papel do solo na sociedade, os principais impactos ambientais causados pelas atividades desenvolvidas pelo homem e a importância da preservação de solos.

Na abertura do Fórum, o Professor da PUC Minas, Guilherme Bueno, falou sobre a importância da proteção do solo para o meio ambiente. Ele ressaltou a necessidade de se dar atenção especial aos processos de erosão nos solos. “O Brasil possui uma área de vulnerabilidade hídrica grande no que diz respeito à erosão e deve ser estudado com mais ênfase”, disse. O professor também destacou os problemas enfrentados na atualidade, como a falta de água.  “A crise hídrica que enfrentamos deve ser analisada de forma geral, numa visão sistêmica e em escala mais abrangente. Precisamos pensar em termos de bacia hidrográfica, avaliando todos os aspectos que a envolvem como, por exemplo, a vegetação e os solos”, ressaltou.

O professor da Universidade Federal de Viçosa, Walter Abrahão, apresentou a palestra: “A diversidade dos solos e sua importância ambiental”. De acordo com o professor, o solo é um componente de interação entre a atmosfera, a litosfera, a hidrosfera e a biosfera. “O solo pode ser um marcador, um indicador de mudanças no meio ambiente”, disse.

Abrahão apresentou os 13 tipos de solos classificados pelo sistema brasileiro e os fatores de sua formação, que determinam as características das classes de solos e suas aptidões. “É preciso conhecer bem a característica de cada solo para que se possa fazer o bom uso dele. Cada solo serve para alguma coisa”, disse.

O professor disse, ainda, que a degradação dos solos, muitas vezes, acontece devido ao mau uso e ao descompasso entre a aptidão e o uso, além do mau manejo desse solo.

Os diversos tipos de solos encontrados em Minas Gerais, suas características e limitações para uso, também foram apresentados pelo professor. “O Brasil tem uma capacidade de tipos de solos que acumulam água. 65% dos solos brasileiros são de latossolos, com grande capacidade de retenção. O uso adequado desses solos pode proporcionar o armazenamento de água para a população”, afirmou.

A Contaminação de solos com radionuclídeos naturais e seus efeitos à saúde humana foi o tema da palestra proferida pela Professora e pesquisadora do Centro de Desenvolvimento de Tecnologia Nuclear, Vanusa Delage Feliciano. A professora explicou a aplicação da física na área ambiental e sobre os elementos radioativos. De acordo com ela, todos estão expostos à radiação, seja cósmica (explosões solares), cosmogênica ou terrestre, primordiais, associadas aos processos de formação da terra. Foram apresentadas, também, as regiões no mundo com maiores índices de radiação presentes no solo. “55% da radiação no mundo provem de radiação natural, presente no solo”, disse.

A pesquisadora apresentou os caminhos de exposição do homem à radiação tais como a inalação, ingestão, exposição externa e absorção através da pele. Ela apresentou, também, os radionuclídeos naturais presentes no solo (Uranio, Torio, Radio, Chumbo) e seus efeitos à saúde humana.

O Fórum foi finalizado pelo Pesquisador e Consultor na área de gestão de passivos ambientais no setor mineiro metalúrgico, Flávio Morais de Vasconcelos, que abordou o tema “Atividades industriais e de mineração e seus impactos no solo”.

Ascom/Sisema