O Governo de Minas concluiu, nesta quarta-feira (8/1), a remediação de solo contaminado por mercúrio na comunidade rural Serra da Grama, localizada em Descoberto, na Zona da Mata. A ação foi resultado de uma parceria entre a Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam) e a Secretaria de Estado de Infraestrutura, Mobilidade e Parcerias de Minas Gerais (Seinfra), e incluiu também o início da restauração ambiental no local.
A área, com histórico de garimpo de ouro no século XIX, apresentava contaminação causada por resíduos de mercúrio utilizados no processo de mineração, conforme estudos realizados pela Feam desde 2002. O trabalho de remediação, que durou dois meses, consistiu na retirada do solo contaminado, posteriormente encaminhado para um aterro de resíduos perigosos em Juiz de Fora.
A escavação foi feita durante o período seco, garantindo a execução sem contratempos. Após a remoção, o terreno foi reconstituído com taludes e a estrada de acesso local, bloqueada desde a identificação da contaminação, foi reaberta. A empresa de engenharia ENGESOLVE, contratada pela Seinfra, ficou responsável pela execução das obras.
Em setembro de 2024, foi iniciado o reflorestamento da Área de Preservação Permanente (APP) próxima ao córrego Rico. O processo incluiu o plantio de espécies nativas, enquanto gramíneas de rápido crescimento foram semeadas em áreas adjacentes, inclusive no espaço utilizado como canteiro de obras. Toda a área de plantio está cercada temporariamente para proteger o desenvolvimento das plantas, conforme o Projeto Técnico de Recomposição da Flora (PTRF).
Monitoramento contínuo
Análises químicas realizadas após a remediação confirmaram a eliminação do mercúrio no solo e a ausência de contaminação na água superficial e no sedimento do córrego Rico. Com base nesses resultados, a Feam classificou a área como "Área Reabilitada para Uso Declarado" (AR).
O monitoramento do crescimento da vegetação nativa e a manutenção dos taludes seguem em andamento sob responsabilidade da ENGESOLVE, com acompanhamento de órgãos estaduais. O contrato prevê ações de monitoramento por dois anos, garantindo a recuperação completa do ecossistema.
Loreena Cordeiro
Ascom/Sisema