Minas busca forma de ampliar fontes de geração de energia

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Criado: Sex, 25 jan 2019 13:20 | Atualizado: Ter, 27 ago 2024 17:56


 

 

Os cenários em Minas Gerais que permitam uma transição das formas tradicionais de geração de energia para formas mais sustentáveis, como biocombustíveis e fonte solar, são parte do planejamento da Fundação Estadual de Meio Ambiente (Feam). A organização tem o desafio de traçar a estratégia estadual para substituição do uso de energia a partir de combustíveis fósseis e aumentar a eficiência energética nos próximos anos.

A iniciativa do Governo de Minas Gerais foi apresentada aos integrantes da Câmara de Políticas de Energia e Mudanças Climáticas (CEM) do Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam) na primeira reunião de 2019, que foi realizada no dia 21 de janeiro, em Belo Horizonte. A proposta tem por objetivo garantir uma maior independência e segurança energética ao estado de Minas Gerais, que atualmente importa aproximadamente 60% da sua demanda total que inclui petróleo e seus derivados, gás natural, carvão mineral e até mesmo outras fontes, inclusive as renováveis.

A analista ambiental da gerência de Energia e Mudanças Climáticas da Feam, Morjana Moreira dos Anjos, explica que um dos objetivos da estratégia é diversificar a matriz energética, aumentando a participação de outras fontes de energia renováveis. “Cerca de 49% das fontes do Estado são provenientes de fontes renováveis como a hidráulica, de lenha e bagaço de cana-de-açúcar. A intenção é ampliar a participação da geração fotovoltaica (painéis de captação de energia solar), eólica e biocombustíveis avançados, como o bioquerosene e etanol de segunda geração”, afirma.

Morjana dos Anjos lembra que já existem inciativas de sucesso em Minas Gerais para o uso de energias renováveis, como é o caso da cidade de Pirapora, que possui oito usinas fotovoltaicas em operação, e a usina solar do Estádio Mineirão que foi instalada para a Copa do Mundo de 2014, em um projeto que contou com a participação da Feam. Minas também possui um significativo número de empreendimentos de geração distribuída, com foco na energia fotovoltaica. No total, essas fontes representam 2,93% da matriz elétrica do Estado, segundo dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

Outra estratégia adotada pela Feam é o da eficiência energética em que empresas, organizações e administrações públicas devem buscar soluções para consumir o mínimo de energia. “São medidas para otimizar sistemas elétricos em edifícios, por exemplo, otimizando sistemas para evitar perdas”, explica.

Outro objetivo da estratégia é promover a eficiência energética por meio de campanhas de conscientização e adoção de tecnologias de ponta. Morjana dos Anjos explica que será elaborado um Programa Estadual de Eficiência Energética tendo como principal foco os setores de transporte, indústria, edifícios e administração pública. “O Programa tem objetivo de propor soluções que visem redução do consumo energético, bem como o desenvolvimento e a adoção de tecnologias otimizadas. “Ações simples como trocar lâmpadas fluorescentes por LED ou instalar sensores de presença em halls que não possuem uso constante, são medidas que podem trazer ganhos significativos para o sistema energético de um edifício”, explica.

As medidas que a Feam trabalha estão em sintonia com as ações executadas pelo Governo Federal em cumprimento ao Acordo de Paris, de 2015, na Contribuição Nacionalmente Determinada. “As metas para o setor de energia propõem um aumento entre 28 e 33% das fontes de energia renovável na composição da matriz energética, além da energia hídrica, até o ano de 2030”, afirma Morjana dos Anjos.

Os próximos passos do trabalho da Feam serão a elaboração e consolidação de cenários energéticos para o setor de demanda e transformação, no horizonte de 2030 e 2050, bem como uma análise de custo e efetividade, que servirão de embasamento para elaboração da estratégia. “Todos os detalhes serão apresentados e discutidos com a sociedade e integrantes do Copam”, explica a analista ambiental da gerência de Energia e Mudanças Climáticas da Feam.

 

Emerson Gomes
Ascom/Sisema