Minas participa de debate sobre transição energética em cidades sul-americanas na COP27

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Criado: Qua, 09 nov 2022 20:48 | Atualizado: Ter, 27 ago 2024 17:56


Foto: Renata Araújo
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Marília Melo explicou ações que o Governo de Minas está tomando para enfrentar mudanças climáticas

O Governo de Minas participou, nesta quarta-feira (9/11), de um painel com o objetivo de debater sobre medidas concretas de enfrentamento à crise climática em cidades sul-americanas, com ênfase na transição energética. A agenda foi mais uma cumprida pela secretária de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), Marília Melo, na 27ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2022 (COP27), que acontece na cidade de Sharm el-Sheikh, no Egito.

A roda de conversa, intitulada de “Transição (realmente) justa: a transformação energética acontece nas cidades”, aconteceu no pavilhão da organização não-governamental ICLEI - Governos Locais pela Sustentabilidade, que tem como foco governos locais e autoridades ambientais. Outro ponto importante do diálogo foi entender a importância de lidar com as diferentes realidades sociais e os desafios que as populações mais vulneráveis enfrentam.

Marília Melo enfatizou que Minas, a partir de 2019, decidiu fazer uma agenda de fomento de energia fotovoltaica, fazendo com que o Estado assumisse o protagonismo no assunto. Isso porque de acordo com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Minas detém a liderança nacional na produção de energia fotovoltaica na modalidade geração centralizada, que leva em consideração os grandes complexos geradores solares.

Por meio da Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam), o Governo de Minas vem empregando esforços para desenvolver uma Estratégia Estadual de Transição Energética para subsidiar tecnicamente o processo de mudança para sistemas energéticos sustentáveis em curto, médio e longo prazo. O estudo “Estratégia de Transição Energética de Minas Gerais” foi desenvolvido com vistas a identificar a atual contribuição do Estado de Minas Gerais para o cumprimento das metas do setor de energia da primeira NDC brasileira lançada em 2016.

Seu objetivo é suportar o processo de tomada de decisão em relação à transição para sistemas energéticos sustentáveis e eficientes no âmbito mineiro. Para tanto, foi realizada uma modelagem do sistema energético mineiro no médio e longo prazo, a fim de subsidiar a elaboração de uma Política de Transição Energética, com vistas à expansão das energias renováveis e à promoção da eficiência energética à nível estadual e municipal, bem como o enfrentamento às mudanças climáticas.

Race to Zero

Outro ponto destacado por Marília durante o debate foi o fato de Minas Gerais ter se tornado o primeiro Estado da América Latina e do Caribe a aderir à campanha Race to Zero (Corrida para o Zero), acordo firmado entre o Estado e a embaixada do Reino Unido. Race to Zero é uma campanha global para reunir lideranças com objetivo de alcançar emissões líquidas zero de gases de efeito estufa até 2050.

“Quem assinou o compromisso Race to Zero em Minas não foi apenas o governador Romeu Zema, mas foi, também, o presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais e o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais, exatamente buscando esse comprometimento mútuo, não apenas uma gestão de governo, mas de uma gestão de estado que pudesse ter essa permanência, essa durabilidade nos seus compromissos”, disse Marília.

Plano de Ação Climática

Além de endossar os princípios da campanha Race to Zero, foi estabelecido o compromisso de elaborar o Plano Estadual de Ação Climática, com o desenvolvimento de cenários para zerar emissões até 2050 e adotar uma meta intermediária de redução das emissões de gases de efeito estufa para 2030, contribuindo com o Acordo de Paris, que limita o aumento da temperatura global a 1,5°C. O documento, citado por Marília na COP27, está previsto para ser publicado em dezembro deste ano.

A secretária também enfatizou a conclusão do 4º Inventário de Emissões e Remoções Antrópicas de Gases de Efeito Estufa, onde é possível identificar setores e subsetores que mais emitem gases de efeito estufa, podendo, assim, elaborar um planejamento estratégico de redução de emissões em todo o estado. O documento não era atualizado desde 2014.

“Não é apenas uma política de descarbonização, mas, também, é um olhar de mitigação e adaptação climática dos nossos 853 municípios que têm uma realidade absolutamente diversa. É uma questão muito importante não apenas em Minas, mas, também, olhando todo o país”, concluiu.

Matheus Adler
Ascom/Sisema