Fotos: Inês Sadala
Feam se reune com Agência Francesa de Desenvolvimento para aprimorar cooperação entre França e Brasil
O Governo de Minas Gerais dá novos passos na política estadual de mudanças climáticas e aprimora a cooperação com a França para apoiar municípios mineiros nesta área. O objetivo agora é auxiliar administrações municipais na elaboração e implementação de uma ferramenta que possibilite a transição para uma economia de baixo carbono e sua adaptação aos efeitos das mudanças climáticas.
O trabalho está sendo desenvolvido pela Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam) que representa o Governo do Estado no protocolo de intenções firmado em junho de 2018 com a Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD). O documento prevê a continuidade da cooperação, atuante no tema Mudança do Clima. Após a formalização, as equipes da Fundação e a consultoria executiva do parceiro francês iniciaram a execução do projeto de adaptação da ferramenta Climat Pratic para a realidade de Minas Gerais.
A próxima etapa do trabalho está prevista para ocorrer entre novembro e março de 2019, quando as equipes farão a customização da ferramenta que será entregue aos municípios interessados, sem nenhum custo. “Vamos identificar entre cinco e 10 municípios, que acompanharemos diretamente a fim de verificar a aplicação da ferramenta”, explica o gerente de Energia e Mudanças Climáticas da Feam, Alessandro Ribeiro Campos. O investimento total no projeto é de 50 mil euros.
A Climat Pratic já é uma ferramenta aplicada em municípios franceses. Para o estado de Minas Gerais a customização partirá de uma ampla pesquisa a fim de adaptar a metodologia original para as condições sociais, institucionais, econômicas e naturais do estado.
“A ferramenta será um suporte para a elaboração e implementação de planos e políticas locais de mitigação das emissões de gases de efeito estufa, adaptação e enfrentamento aos efeitos das alterações no clima, contribuindo para o aumentando de sua resiliência”, explica Campos. Na prática, de acordo como gerente, ela será um suporte técnico, tecnológico e metodológico para que os gestores desenvolvam, de forma rápida e sumária, planos de ação municipais e definam objetivos e estratégias de médio e longo prazos.
Em nível global, afirma Alessandro, as cidades já consomem mais da metade da energia primária mundial com a consequente emissão de gases do efeito estufa, o que contribui para o agravamento do processo de aquecimento global. “Além disso, em termos de adaptação, por mais que haja um contexto institucional de políticas nacionais e estaduais, a questão realmente vai se definir no nível do território municipal”, explica.
ENCHENTES E SECAS
Alessandro Campos observa que a medida tem também um grande papel de sensibilização, mobilizando os gestores municipais para o tema. “Nesse momento, o município é a unidade mais suscetível aos efeitos da alteração do clima, sofrendo com aumento de eventos pluviométricos extremos, como enchentes, inundações, secas e ondas de calor, e tendo que lidar com as consequências desses fenômenos”, observa Campos.
Segundo Alessandro, o projeto Climat Partic se insere na continuidade das múltiplas ações desenvolvidas em Minas Gerais pela Agência, com destaque para o Plano de Energia e Mudanças Climáticas e a cooperação AFD-BDMG.
Emerson Gomes
Ascom/Sisema