Foto: Divulgação/CREA
A transição para a economia circular e sobre os desafios da gestão dos resíduos foram debatidos durante Workshop
O tema: “Gestão de Resíduos Sólidos e Sustentabilidade para o Desenvolvimento Econômico e Socioambiental” foi debatido por especialistas da Secretaria de Estado de Meio Ambiente Sustentável (Semad) e da Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam) durante Workshop promovido pelo Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Minas Gerais (CREA-MG), de 6 a 8 de junho.
A superintendente de Saneamento Básico da Semad, Lilia Aparecida de Castro, apresentou durante o evento um panorama geral da situação dos resíduos sólidos urbanos no Estado de Minas Gerais e explicou que dentro do Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Sisema) os resíduos sólidos urbanos são tratados pela Semad e os demais tipos de resíduos estão sob gestão da Feam.
“Os resíduos quando dispostos de forma inadequada têm vários impactos no meio ambiente, como poluição do solo, das águas, geração de vetores que proliferam doenças, então, são impactos significativos para a vida da sociedade. Mas os resíduos são também fonte de energia, são fontes de matéria prima que a gente pode reutilizar, reciclar e se conseguirmos entender o resíduo como matéria prima, como fonte de trabalho e renda, ele acaba sendo também uma solução em vários pontos”, friosu a superintendente.
De acordo com ela, nos últimos dois anos foram encerrados 52 lixões em Minas Gerais. Em 2019, Minas tinha cerca de 360 lixões no Estado, um número significativo, apesar de 70% da população já ser atendida com a destinação adequada dos resíduos sólidos. Dos 308 municípios que ainda destinam seus resíduos em lixões, 83% deles têm menos de 20 mil habitantes e que os municípios pequenos têm uma dificuldade de fazer a gestão adequada dos seus resíduos e de saneamento como um todo.
Lilia Castro apresentou também a proposta para regionalização do saneamento por meio de Projeto de Lei encaminhado para a Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). “É uma possível solução, uma vez que esses municípios não conseguem fazer sozinhos a gestão dos seus resíduos. É um serviço que tem custo e boa parte dos municípios ainda não instituiu a cobrança”, disse. De acordo com o Panorama sobre a gestão dos resíduos no Estado, dos 853 municípios mineiros, apenas 299 praticam a cobrança pela gestão dos resíduos.
A superintendente também falou dos consórcios públicos e do trabalho de coleta seletiva desenvolvidos por alguns municípios. “Nosso Estado é diverso, com grande número de municípios, com realidades econômicas e sociais muito diferentes, portanto, é preciso encontrar soluções para o saneamento como um todo e, especificamente, para a destinação de resíduos visando uma melhor qualidade de vida para a população”, frisou.
TRANSIÇÃO PARA ECONOMIA CIRCULAR
A diretora de Gestão de Resíduos, Gestão da Qualidade e Monitoramento Ambiental da Feam, Alice Libânia, trouxe números para a reflexão e falou sobre a transição para a economia circular e sobre os desafios da gestão dos resíduos.
A diretora alertou que a grande variedade de resíduos requer manejo diferenciado, dado suas especificidades como: os Resíduos domiciliares (RSD), Resíduos de serviços de saúde (RSS), Resíduos da construção civil (RCC), Resíduos industriais e da mineração. Outros resíduos que merecem atenção são os gerados pós consumo e sujeitos à logística reversa como os Eletroeletrônicos e seus componentes (REE), Embalagens de óleos lubrificantes, Lâmpadas fluorescentes, de vapor de sódio e mercúrio e de luz mista, agrotóxicos, Pilhas e baterias, Medicamentos vencidos ou em desuso, Pneus inservíveis, Embalagens em geral.
“O desfio tem se tornado maior nos últimos tempos, já que convivemos cada vez mais com novos resíduos colocados no mercado e que, por isso, devem ser tratados de forma específica. Além disso, os consumidores estão cada vez mais exigentes em torno de uma economia sustentável e a economia circular surge como uma nova forma de utilização de materiais e energia disponíveis para que circulem o máximo de tempo na economia”, disse.
No evento também foram abordados os temas “Mudanças Climáticas e seus Impactos na Sociedade” e “Os Desafios do Saneamento Básico e as Perspectivas da Universalização do Acesso à Água Potável e ao Tratamento do Esgoto”.
Wilma Gomes
Ascom/Sisema