Seminário debate oportunidades para mitigação dos efeitos das mudanças climáticas

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Criado: Sex, 20 out 2017 10:30 | Atualizado: Ter, 12 nov 2024 23:05


Foi realizado nessa quarta-feira (18), o seminário “Economia Verde: oportunidades do mercado e instrumentos de apoio a projetos”, promovido pelo Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), a Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD) e a Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam).

 

O evento faz parte da comemoração dos 55 anos do BDMG e teve como principal objetivo promover o diálogo entre os atores que contribuem com iniciativas sustentáveis em Minas Gerais, apresentando seus projetos e compartilhando os resultados alcançados.

 

O presidente da Feam, Rodrigo de Melo Teixeira, ressaltou durante o evento a importância das parcerias para promoção de políticas públicas e de inovação no estado de Minas Gerais. “A Feam vem trabalhando intensamente, desde 2011, em uma política de emissão de baixo carbono, pensando não só no futuro de Minas Gerais, mas também do Brasil e do mundo”, disse.

 

Foto: Janice Drumond
SeminárioEconomiaVerde1 Feam
Rodrigo de Melo Teixeira falou da atuação da Feam na promoção da polícia de baixo carbono

 

Phillipe Orliange, diretor da AFD, celebrou os 10 anos de atuação da Agência no Brasil, 2º país que mais possui projetos e ações em desenvolvimento pela AFD. “A relação com Minas Gerais se destaca pela riqueza da cooperação, sendo modelo de governança de desenvolvimento, seja pela conexão com a agenda global no combate às mudanças climáticas, como pela participação ativa do governo estadual e dos municípios e pela qualidade do trabalho desenvolvido”, afirmou.

 

O presidente do BDMG, Marco Crocco, ressaltou o significado da parceria com a AFD. “O Banco, que busca ser reconhecido como banco verde em Minas Gerais, tem como fundamental a parceria com a AFD, que nos capacita para analisar projetos de cunho ambiental. Esse intercâmbio produziu frutos no apoio a iniciativas municipais que contribuem, efetivamente, para o enfrentamento das questões climáticas”, disse. Desde o início da parceria, em 2013, foram desembolsados mais de R$ 80 milhões para projetos em 10 municípios, a exemplo do Mobicentro e do desassoreamento da Lagoa da Pampulha em Belo Horizonte.

 

Ainda segundo o presidente, o banco enxerga a possibilidade de enfrentar os problemas relacionados às mudanças climáticas por meio da sustentabilidade, investindo em oportunidades de novos negócios e de novas tecnologias. “A mudança climática pode afetar os investimentos que estão sendo feitos em Minas Gerais hoje, por isso o BDMG se prepara para entender a dinâmica dessa questão e trabalhar cada vez mais para apoiar as iniciativas no Estado”, afirmou.

 

Na oportunidade, o Banco apresentou resultados do Programa Sustentabilidade. O líder do Programa, Helger Marra, apresentou os pilares da iniciativa, com foco no apoio a projetos de eficiência energética, energia fotovoltaica, iluminação pública e mobilidade elétrica. Um exemplo recente foi o lançamento, neste ano, da linha de crédito para táxis híbridos, com 66 veículos financiados, até o momento, na capital.

 

Os resultados obtidos por meio da cooperação técnica realizada entre a AFD e o BDMG foram apresentados pelo chefe da cooperação técnica pela I Care & Consult, Leonardo Werneck. O desenvolvimento da Plataforma Clima Gerais e a operacionalização do Plano de Energia e Mudanças Climáticas de Minas Gerais foram algumas das ações desenvolvidas por meio da cooperação. Outra ação desenvolvida foi a criação de linha de crédito com o BDMG para apoio aos municípios nas áreas de eficiência energética, mobilidade urbana, gestão de resíduos e adaptação aos efeitos provocados pela mudança do clima.

 

"No período da tarde, o gerente de Energia e Mudanças climáticas da Feam, Felipe Nunes, apresentou o escopo de trabalho da ferramenta Clima Gerais, criada no âmbito da cooperação entre a Feam, o BDMG e a AFD. Foi destacada em sua fala a importância dos impactos socioeconômicos de eventos climáticos extremos já sentidos no território mineiro e a necessidade urgente de redução de emissão de gases de efeito estufa na escala municipal. "As principais fontes de emissão e as tecnologias para a redução das mesmas em setores chave, como transporte e indústria, estão tecnicamente e economicamente disponíveis, cabe a nós fazer o salto para uma economia de baixo carbono", disse.

A apresentação marcou o lançamento de mais um módulo de avaliação metodológica, que integra a Plataforma Clima-Gerais, ferramenta de apoio aos municípios mineiros para promoção de um desenvolvimento de baixo carbono e adaptação às mudanças climáticas. Com a nova ferramenta, as administrações municipais terão a oportunidade de gerar seus próprios inventários de gases de efeito estufa e formular políticas públicas voltadas para a mitigação dos impactos das mudanças climáticas. “Por meio da elaboração dos inventários municipais de gases de efeito estufa será possível conhecer o perfil de emissões na escala local e priorizar ações de mitigação no curto prazo", pontuou Felipe.

O gerente ressaltou, também, a importância do sistema no auxílio não só para a coleta de informações e definição de estratégias e políticas, mas também na importância da capacitação e incentivo à criação de projetos municipais voltados para a economia verde. “Nosso objetivo é sensibilizar, mostrar no que o município está sendo impactado e as oportunidades de promoção de uma economia verde, apresentando iniciativas que para eles façam sentido e gerem resultados", argumentou.

 

Foto: Divulgação Feam
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Felipe Nunes apresentou o novo módulo da Plataforma Clima Gerais

 

O módulo adicional foi construído com base em metodologias internacionalmente reconhecidas com geração de estimativas de forma automatizada, o que facilita o preenchimento e cálculo das emissões para geração de inventários anuais a partir de uma única ferramenta.

 

O seminário contou ainda com a participação do prefeito de Jeceaba, Fábio Vasconcelos, e do diretor de Sistema Viário da Bhtrans, José Carlos Mendanha Ladeira, que compartilharam experiências bem-sucedidas de projetos financiados pelo BDMG com recursos da AFD, respectivamente nas áreas de saneamento e mobilidade (Mobicentro).

 

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Milene Duque
Ascom/Sisema