Servidores do Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Sisema) participaram nesta sexta-feira, 6 de dezembro, de curso voltado à preparação na gestão de desastres e emergências ambientais. O workshop foi promovido pela Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam) e apresentou técnicas que podem ser utilizadas junto a atingidos e envolvidos em sinistros ambientais.
Foto: Simon Nascimento
A maneira de se comunicar com os atingidos de desastres e emergências ambientais foi ponto de discussão entre os servidores
A Feam passou a ser responsável pelo gerenciamento das ações do Sisema em desastres, após a publicação do Decreto 47.760 - fruto da reforma administrativa do Estado. Com a norma, o órgão foi reestruturado. A principal mudança foi a criação da Diretoria de Instrumentos de Gestão e Planejamento Ambiental que desenvolve e monitora os programas e ações para a recuperação ambiental de bacias e territórios impactados por desastres. O setor também incorporou o Núcleo de Emergências Ambientais (NEA) que cuida da prevenção e atendimento de acidentes e emergências ambientais.
De acordo com a diretora de Instrumentos de Gestão e Planejamento Ambiental, Patrícia Fernandes, o curso de hoje tem o objetivo de fornecer conhecimentos e técnicas práticas para que os servidores possam atuar de maneira mais adequada em reuniões com comitês de bacia, audiências públicas, câmaras técnicas e, também, em desastres e emergências ambientais.
Fernandes destaca ainda que o curso vai agregar na rotina dos servidores. “Dentro desse decreto, publicado em novembro, a Feam recebeu esta competência de acompanhar os desastres de Mariana e Brumadinho, as emergências ambientais. Então a gente tem que ter uma atuação muito grande para explicar à população sobre os riscos, possibilidades de desastre e o que está sendo feito pelos órgãos ambientais”, destaca a diretora.
Patrícia ainda comentou sobre os aprendizados do curso. “A professora ensinou técnicas para conhecermos melhor a nós mesmos, para entender o nosso papel em uma mesa de diálogos, de conflito. Além de entender também o papel do outro lado. Entender o que o atingido quer dizer, como podemos tentar melhor o pleito de uma pessoa que, às vezes, estará em um momento de total desespero”, ressaltou.
Durante o curso, os servidores trocaram experiências sobre situações vividas em atendimento aos desastres e emergências ambientais. “Nós temos que aprender com os desastres. Quais são as experiências que o desastre trouxe? Como a gente pode atuar melhor daqui para frente? Então avaliar os erros que estamos cometemos e adequar os nossos rumos para o que aconteceu, se acontecer de novo, a gente estar melhor preparado para lidar com esses conflitos socioambientais”, acredita Patrícia.
Responsável por ministrar o curso, a professora, mediadora de conflitos e diretora da Girassol Soluções Ambientais, Annemarie Richter ressaltou que o principal legado do curso, para os servidores, é realizar a comunicação de maneira correta. “O objetivo é mostrar que o diálogo é possível, que existem técnicas. Quando a gente entende a estrutura de um conflito, como ele se desenvolve e entende habilidades e particularidades do conflito, automaticamente você já muda a forma de se comunicar com todas as partes envolvidas em um conflito complexo e de múltiplas partes, como são os conflitos socioambientais”, afirma.
Simon Nascimento
Ascom/ Sisema