Sisema Comciencia dá primeiro passo rumo ao XXIV Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos

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Criado: Sex, 23 jul 2021 13:25 | Atualizado: Ter, 27 ago 2024 17:56


 

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Debates do 8ª Sisema ComCiencia foram prévia do XXIV Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos

 

Drenagem sustentável nas cidades foi o tema do 8º Sisema ComCiência, realizado nessa quinta-feira (22/07). O projeto do Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Sisema) teve nesta edição a parceria da Associação Brasileira de Recursos Hídricos (ABRhidro). O tema foi uma antecipação para o XXIV Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos, evento da associação que ocorre com o apoio do Governo de Minas, entre os dias 21 e 26 de novembro de 2021, em Belo Horizonte.

 

Na abertura, o diretor-geral do Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam), Marcelo da Fonseca, deu as boas vindas para os participantes e lembrou que em julho de 2021, a instituição comemorou seus 24 anos de criação e de trabalho para a política de gestão de recursos hídricos no Estado. Também fez menção à importância do Simpósio, que terá o Estado de Minas Gerais como sede em 2021. “As discussões de hoje são um aperitivo para o Simpósio”, destacou.

 

Já a presidente da ABRHidro, Synara Broch, exaltou a longa cooperação de Minas Gerais com a Associação. “Nossa intenção é transformar Belo Horizonte na capital das águas do país na semana de realização do evento”, afirmou.

 

Ela lembrou que a ABRhidro foi criada em 1977, não possui fins lucrativos, e busca juntar e inspirar pessoas ligadas à gestão de recursos hídricos. Segundo Synara Broch, o Simpósio é o ponto máximo dos eventos da Associação que também inclui redes sociais, reuniões e publicações, dentre outras. “As atividades servem para colaboração e cooperação em todo o país, para garantir água no presente e no futuro”, observou.

 

Palestra

 

A palestra do evento, feita pelo ex-presidente da ABRhidro e diretor da Rhama Consultoria, Carlos Tucci, teve o tema “Drenagem Sustentável”. Ele apresentou as necessidades e soluções para a drenagem nas cidades.

 

Tucci observou que os problemas da urbanização estão integrados com erosão do solo, emissão de contaminantes, vazão sem tratamento e resíduos sólidos além da piora da qualidade da água. “Os ambientes geralmente apresentam mananciais contaminados, ar e água poluídas, além de enchentes e perda de ambientes urbanos”, afirmou.

 

Para ele, o resultado é que na seca não existe quantidade de água suficiente e sem qualidade. Já na época de chuvas, as inundações são frequentes. “As inundações ribeirinhas são um problema já que é natural que o rio ultrapasse seu leito e atinja as pessoas que moram e ocupam áreas de risco.

 

O engenheiro de formação, metre e doutor destacou ainda que a impermeabilização do solo gera problemas que são transferidos das áreas mais a montante para a população a jusante. “Quando a cidade se desenvolve da jusante para a montante, a população existente sofre o impacto pelas novas construções”, afirmou Carlos Tucci.

 

Uma das formas de prevenção é a elaboração de um zoneamento das áreas de ocupação das cidades. Esse plano incluiria outros de drenagem, regulação da drenagem, com uma prestação de serviços a longo prazo. “A drenagem sozinha é apenas uma das soluções para as cidades sustentáveis, com melhoria da qualidade de vida, do ambiente e com integração de habitação e serviços”, observou. “O Brasil tem muito a evoluir na área, pois esse pensamento (drenagem sustentável) tomou mais força no país a partir do ano 2000”, completou.

 

Carlos Tucci explicou que o planejamento de expansão de áreas urbanas deve incluir transporte, reurbanização, reassentamento de pessoas, resíduos sólidos e a recuperação dos rios. Ele destacou o trabalho realizado em Porto Alegre que elaborou o primeiro Plano de Drenagem do país, no ano 2000. O trabalho inclui medidas estruturais e não estruturais. Depois de 7 anos, foi estimado que a cidade economizou cerca de US$ 3 milhões, por ano, com problemas.

 

Por fim, Tucci lembrou que o aumento da resiliência não é somente sobreviver ao risco, mas viver com qualidade de vida e prevenção. “É necessário integrar planos e serviços sobre as áreas e as cidades que mudarem serão vitrines”, destacou.

 

O trabalho foi encerrado com sessão de perguntas e respostas medidas pelo analista da Assessoria de Programas, Projetos e Pesquisas em Recursos Hídricos do Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam), Alexandre Magrineli.

 

O Sisema ComCiência é realizado mensalmente e a proposta é discutir questões relacionadas à gestão ambiental. A íntegra da 8ª edição está disponível no canal do Youtube do Sisema.

 

Simpósio

 

Participante do 8º Sisema ComCiência como debatedor, o professor do Departamento de Engenharia Hidráulica e Recursos Hídricos (EHR) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Nilo de Oliveira Nascimento, aproveitou para detalhar o XXIV Simpósio da ABRhidro. Ele assinalou que o evento tem tradição na América Latina, reunindo especialistas de diversas áreas.

 

“O Simpósio terá atividades múltiplas como mini-cursos, workshops, visitas técnicas, além da Assembleia da ABRhidro”, ressaltou Nilo Nascimento. As atividades incluirão temas como Hidrologia em Larga Escala, Processos Hidrológicos, Água e Sociedade, entre muitos outros.

 

Ele lembrou que a intenção de transformar Belo Horizonte na capital das águas do país leva em conta o fato da cidade estar localizada numa região de cabeceiras, com vários pequenos rios, sendo muitos deles ainda preservados.

 

As inscrições para o Simpósio já estão abertas e todas as informações estão disponíveis no site www.abrhidro.org.br/xxivsbrh.

 

Emerson Gomes

Ascom Sisema