Dando início aos trabalhos do Festival Lixo e Cidadania ocorreu nessa segunda-feira (21) no Centro Mineiro de Referência em Resíduos (CMRR) um plenário abordando o momento atual da economia mundial e suas consequências sociais e ambientais. O jornalista especialista em meio ambiente, Washington Novaes focou sua apresentação no consumo dos recursos naturais e mudanças climáticas.
Com dados preocupantes, ele apresentou o Brasil como quarto maior emissor de poluentes, com uma média de 11 toneladas de emissão CO² por ano. Sobre o consumo dos recursos naturais, o mundo está consumindo cerca de 30% a mais do que deveria e o gasto triplicou nos últimos 45 anos. “Se o consumo do resto do mundo fosse igual aos dos americanos, europeus e japoneses, seria necessário três planetas para atender a demanda”, afirma Washington. Outro problema relatado é a má distribuição de renda, as três pessoas mais ricas do mundo possuem mais riquezas que os 46 paises mais pobres do planeta, o que corresponde aproximadamente 600 milhões de pessoas.
Todos os problemas relatados são agravados com a crise econômica que enfrentamos, os governos já gastaram mais de 15 trilhões de dólares para salvar bancos. Com 200 bilhões de dólares por ano acabaria a fome em todo planeta, um valor 75 vezes menor que o utilizado para contornar a crise.
Os reflexos também são vistos no Brasil o produto industrial teve uma queda de 11% e a agropecuária de 0,6%, o que gera um aumento do desemprego. Em relação aos resíduos, o País produz 230 milhões de toneladas por ano, cada habitante gera em média 1,3 quilos por dia. Segundos dados do IBGE de 2002, 59% dos resíduos eram destinados aos lixões.
Indo na contra-mão dessa assombrosa realidade o Governo de Minas vem buscando soluções para essas questões e obtendo ótimos resultados. A Secretária de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) vem alcançando consideráveis progressos através dos programas da Fundação Estadual de Meio Ambiente (Feam), um exemplo é o “Minas trata esgoto” que objetiva reduzir a poluição das águas e melhorar a qualidade de vida da população, para isso foi determinado a implantação de sistema de tratamento de esgoto em todos os municípios.
Outro programa é o “Inventário de emissões de gases do efeito estufa”, estudo que fornece informações para elaboração de cenários de curto e médio prazos relativos às emissões de Gases de Efeito Estufa (GEEs) que, juntamente com outros elementos de decisão, subsidiarão a proposição da Política Estadual de Mudanças Climáticas. O “Inventário estadual de resíduos sólidos industriais” é instrumento básico do processo de gestão que permite acompanhar não só a movimentação dos resíduos, mas também sua geração e seu manejo e a oscip “Minas Sem Lixões” que busca através de fiscalização e alternativas erradicar os lixões de Minas Gerais.
Situação Indígena no Equador
Após a palestra de Washington Novaes, a representante da “Confederacíon de Nacionalidades Indígenas del Ecuador”, Blanca Chancoso relatou sobre os efeitos da crise econômicas para população mundial com maior ênfase nos indígenas de seu País. A realidade é de calamidade, chega até faltar água para as crianças e o povo está desaparecendo. Para Blanca, a política de desenvolvimento é baseada em guerras e consumismo e não traz benefícios aos povos, que necessitam de saúde e educação, “os governos deveriam direcionar a verba para sobrevivência da população pobre” afirma. “A natureza deve ser cuidada e o espaço territorial respeitado, reconhecendo os indígenas como donos da própria terra”, conclui.
O Festival Lixo e Cidadania, pela primeira vez conta com o Governo de Minas como um dos realizadores do evento, através da Semad, Feam e CMRR , outro integrante é o Serviço de Voluntário de Assistência Social (Servas). As atividades vão até quinta-feira (24) no CMRR, localizado na avenida Belém nº. 40, bairro Esplanada.
Fonte: CMRR
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